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Asteroide Sylvia é caracterizado em projeto de iniciação científica

Astronomia

publicado: 20/11/2017 12h41 última modificação: 15/12/2017 07h49
Representação do asteroide Sylvia, caracterizado no projeto de iniciação científica a partir da técnica de ocultações estelares

Representação do asteroide Sylvia, caracterizado no projeto de iniciação científica a partir da técnica de ocultações estelares

O aluno Alexandre Crispim, da Licenciatura em Física do Câmpus Curitiba, conseguiu chegar a uma medida mais precisa do tamanho do asteroide Sylvia utilizando a técnica de ocultações estelares. O resultado foi obtido com o trabalho “Monitoramento, observação e redução de ocultações estelares”, premiado como o melhor do XXII Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UTFPR (Sicite 2017) na categoria apresentação oral da área Astronomia/Física.

De acordo com a pesquisa, o asteroide Sylvia tem 294 quilômetros no seu eixo maior. Antes do estudo, só havia estimativas do tamanho do corpo e se sabia também que ele tinha uma forma irregular. Sylvia pertence à classe de asteroides Cybele, que fica na borda do cinturão principal de asteroides, entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter.

Além disso, o asteroide Sylvia possui dois satélites, Romulo e Remus. “A possibilidade de detectar a ocultação por tais satélites foi um dos motivos para fazermos a observação”, explica o professor Felipe Braga Ribas, orientador do trabalho, acrescentando que o evento de ocultação foi realizado em cooperação com a Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FEG/Unesp) e com o Observatório Nacional, no Observatório do Pico dos Dias (MG).

Ao longo do projeto de iniciação científica, Alexandre Crispim esteve envolvido com todas as etapas que envolvem um evento de ocultações estelares: predição do evento, observação, análise dos dados e efetiva obtenção das propriedades físicas. Durante o trabalho, o aluno participou de várias observações e reduções de ocultações estelares, em especial a ocultação pelo asteroide Sylvia.

Outra contribuição de Alexandre, durante a iniciação científica, foi o desenvolvimento de uma ferramenta em linguagem Python para a análise estatística dos dados (como média passante, ajuste polinomial e normalização), que vem sendo utilizada para outros conjuntos de dados.

Aluno do terceiro período do curso de Licenciatura em Física do Câmpus Curitiba, Alexandre Crispim começou na iniciação científica como voluntário em 2015, recebeu bolsa do CNPq entre agosto de 2016 e agosto de 2017 e continua como voluntário até hoje. “Atualmente estamos trabalhando num banco de dados para a modernização das campanhas observacionais e resultados de ocultações estelares, além de continuar monitorando outros eventos que possam ser observados da nossa região”, completa Felipe Ribas.

O método de ocultações estelares, utilizado no trabalho, consiste em estudar a passagem de um corpo na frente de uma estrela. Observa-se, portanto, a sombra do corpo projetada pela estrela sobre a Terra, como num eclipse solar. A técnica é particularmente útil na determinação de parâmetros físicos, como posição no céu, tamanho e forma do asteroide, com uma precisão que outros métodos não atingem.

O professor Felipe Braga Ribas, orientador do trabalho, é um dos astrônomos pioneiros na aplicação do método de ocultações estelares no Brasil. Utilizando esta técnica, o pesquisador já participou de duas descobertas importantes: o sistema de anéis do asteroide Chariklo – o primeiro sistema de anéis descoberto em torno de um asteroide, em 2014, e o anel em torno do planeta anão Haumea, em 2017.