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UTFPR, Inpe e Itaipu lançam Atlas de Energia Solar do Paraná
Energia Renovável
Foi lançado na última segunda-feira (04) o Atlas de Energia Solar do Estado do Paraná, que determina, analisa e apresenta a distribuição da radiação solar e do potencial de geração de energia elétrica por meio de sistemas fotovoltaicos. O projeto foi desenvolvido a partir de uma parceria estabelecida em 2015 entre a UTFPR, através do Grupo de Pesquisa em Energia Solar e Sistemas Fotovoltaicos e do Laboratório de Energia Solar (Labens) do Câmpus Curitiba, a Itaipu Binacional, através do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e do Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Além do Atlas, foi desenvolvida pelo CIH uma ferramenta interativa web, que permite aos interessados navegar pelos mapas e visualizar o potencial solar e fotovoltaico de qualquer local do Paraná. Com isso, os consumidores de pequeno a grande porte poderão dimensionar suas necessidades de investimento em energia solar a partir dos dados de suas faturas de energia elétrica e dos valores de irradiação apresentados. Tanto o Atlas como a ferramenta interativa web estão disponíveis gratuitamente para a sociedade.
A coordenação do projeto ficou a cargo do Grupo de Pesquisa em Energia Solar e Sistemas Fotovoltaicos e do Labens da UTFPR, sob a liderança do professor Gerson Máximo Tiepolo. Também participaram do estudo o professor Jair Urbanetz Junior e dois alunos bolsistas de iniciação científica.
Apresentando na forma de mapas detalhados e atualizados dados referentes à radiação solar e geração de energia elétrica fotovoltaica dos 399 municípios paranaenses, o Atlas busca promover e disseminar o uso desta tecnologia em prol do desenvolvimento sustentável. A ferramenta é composta por um conjunto de mapas com valores de irradiação e de produtividade estimada anual, média diária sazonal e mensal. Além disso, uma das grandes contribuições do trabalho é a apresentação inédita das diferentes componentes da radiação solar: global horizontal, inclinada na latitude, direta normal e difusa.
De acordo com Tiepolo, os resultados desse trabalho podem servir de base para a elaboração de políticas públicas de incentivo à ampliação do uso dessa fonte de energia renovável no Paraná, principalmente por meio de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica de energia (SFVCR). "A obtenção e disponibilização de informações sobre a irradiação solar e a produtividade estimada em sistemas fotovoltaicos de forma mais precisa e atualizada permitirão maior assertividade quanto a investimentos na área de energia solar por toda a sociedade paranaense, do pequeno ao grande investidor, possibilitando, ainda, que importantes pesquisas sejam desenvolvidas nas variadas áreas que utilizam esta fonte renovável de energia", aposta o pesquisador.
O Atlas atesta o excelente potencial do Paraná de produzir energia solar fotovoltaica, energia limpa e silenciosa gerada por meio da conversão direta da luz do sol em eletricidade, através do efeito fotovoltaico. Esse dado já havia sido apontado pelo professor Gerson Tiepolo em sua tese de doutorado, defendida em 2015 e intitulada “Estudo do potencial de geração de energia elétrica através de sistemas fotovoltaicos conectados a rede no estado do Paraná”. A pesquisa se baseou em dados de irradiação publicados em 2006 pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar e mostra que a média de radiação solar do Paraná é superior à da maioria dos países europeus onde atualmente está concentrada a maior parte da capacidade instalada mundial.
Durante estes estudos foram identificados os maiores potenciais no estado (regiões Norte e Noroeste) e os locais de menor potencial (região Leste, onde predomina alta nebulosidade ao longo do ano). O município de Prado Ferreira, no Norte, lidera o ranking de maior potencial solar do Paraná. Já o município de Matinhos, no Litoral, tem o menor índice. Em geral, 80% do estado tem um valor de irradiação solar considerado extremamente alto. “O potencial fotovoltaico do Paraná, na média, é superior ao de 12 estados brasileiros e inferior ao de 14. Então o Paraná estaria bem no meio na média entre os estados”, esclarece Tiepolo.
Dados de 2015 mostram que a energia elétrica consumida no Paraná (28,9 terawatts-hora (TWh)) é proveniente principalmente de hidrelétricas (aproximadamente 93%). Trata-se de uma fonte renovável, mas que vem encontrando cada vez mais dificuldade de expansão e exploração. Por isso, é necessário diversificar a matriz energética paranaense através de outras fontes renováveis como a solar.
Saiba mais
Conheça o Atlas de Energia Solar do Estado do Paraná