Convite Público: Defesa de Mestrado do PPGEA: Descoloração Do Corante Vermelho Reativo 239 Pelo Novo Isolado Fúngico Trametes cingulata Jumad075: Estudo Dos Processos De Biodegradação E Adsorção
Título: | Descoloração Do Corante Vermelho Reativo 239 Pelo Novo Isolado Fúngico Trametes cingulata Jumad075: Estudo Dos Processos De Biodegradação E Adsorção |
Data da banca: | 27/02/2023 |
Horário: | 14:00 |
Local: | Meet.Google.Com/Ppw-Fthi-Pcd Banca Examinadora cadastrada: |
O processo de tingimento de substratos pela indústria têxtil gera águas residuais contendo moléculas tóxicas prejudiciais aos ecossistemas. Entre estas moléculas, os corantes azo apresentam alta reatividade com ácidos nucleicos e estão entre os compostos orgânicos mais perigosos. Estes possuem uma ou mais ligações saturadas entre nitrogênios (N = N), sendo geralmente ligados a anéis aromáticos. No tratamento biológico destes efluentes podem ser utilizados os fungos de podridão branca com o enfoque em duas vias: a produção de enzimas ligninolíticas (lacase, manganês peroxidase e lignina peroxidase) para degradação de moléculas de corantes, e/ou pela adsorção destas moléculas à biomassa micelial dos fungos. Neste sentido, este trabalho realizou um estudo do fungo de podridão branca Trametes cingulata JUMAD075 relacionada ao tratamento de corantes azo em meio líquido. Este microrganismo foi selecionado dentre quatro outros fungos e identificado por análise molecular. O fungo foi capaz de atingir a atividade de lacase de 10,69 U/mL, sendo obtidos 40-50% de descoloração dos corantes azo Vermelho Reativo 239 e Amarelo Reativo 145 (0,2 g/L), em 12 dias. Foi realizada otimização de condições de cultivo do fungo em meio líquido através de um delineamento multifatorial, visando atingir a máxima produção enzimática e descoloração do corante Vermelho Reativo 239 (0,1 g/L). Foi identificada a suplementação ideal de sulfato de cobre (2,5 g/L), extrato de levedura (8,5 g/L) e tempo de cultivo (12 dias), com produção de 10,290 U/mL de lacase, de 0,016 U/mL de lignina peroxidase, 0,003 U/mL de manganês peroxidase e descoloração de 64% nas condições otimizadas. Concomitantemente, foi utilizado extrato enzimático bruto a 1% com atividade de lacase de 7,332 U/mL, e a eficiência na descoloração foi testada com diminuição de em média 34% da cor do mesmo corante. A biomassa do fungo foi analisada por espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier, sendo identificada uma possível adsorção de grupos funcionais do corante ao micélio fúngico. Em analises de microscopia eletrônica de varredura, foram obtidas imagens que permitem diferenciar aspectos que sugerem a via de adsorção. Foi possível concluir que o organismo T. cingulata JUMAD075 possui alta capacidade de realizar o tratamento de corantes azo, sendo capaz de atuar, possivelmente, por duas vias de tratamento a biossorção à ao micélio fúngico e a biodegradação enzimática.