Aumenta permanência de estudantes de Inclusão no campus Curitiba
Após a implementação de medidas para aumentar a permanência de alunos PcDs (Pessoas com Deficiência), o campus Curitiba da UTFPR reduziu a taxa de evasão universitária de 67% em 2017 para 15% em 2022. Os resultados abrangem pessoas com diversos tipos de deficiência e foram apresentados por Xênia Mello, do Núcleo de Acompanhamento Psicopedagógico e Assistência Estudantil (NUAPE), e do setor especializado no tema, o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), em palestra durante evento de boas-vindas aos servidores.
"Começamos a notar a diminuição do problema de desistência dos calouros inclusos, e, por outro lado, aumento na demanda por estágios e suporte em geral para esse público. A partir dessa mudança, decidi fazer um levantamento de dados e o NUAPE acabou constatando uma queda contínua na desistência nos últimos anos", relatou a coordenadora.
Sílvia Andreis é professora de Libras, com vários cursos abertos pela plataforma Sophia (Foto: arquivo pessoal).
Segundo Xênia, uma série de razões contribuiu para a melhora da permanência dos estudantes PcDs: a organização política destes estudantes, por meio de um coletivo para combater o capacitismo, o Coletivo Hawking; o engajamento de professores realizando as adaptações necessárias nas aulas e materiais didáticos; o acompanhamento individual do NUAPE/NAI durante o ingresso e a vida acadêmica destes alunos; o compromisso da gestão com a inclusão; e os editais de bolsistas para o apoio à inclusão.
Estes editais selecionam estudantes bolsistas para prestar suporte aos alunos de inclusão, desde apoio pedagógico, no entendimento das matérias, até questões práticas, como inserção de dados no sistema de matrículas. "É uma contribuição singular que a universidade oferece, pois é diferente das políticas de inclusão dos ensinos fundamental e médio. Estes bolsistas são os colegas, os pares do estudante PcD, então não há uma relação de hierarquia como nos outros níveis escolares, onde o suporte é realizado por professores ou estagiários de graduação", explicou Xênia.
Depoimento
A estudante Giorgia Cristina Farias Martins da graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária recebe acompanhamento do NUAPE. "O NUAPE sempre me deu todo o apoio, principalmente no diálogo com os professores, sendo o mediador entre eu e a universidade", relata. Giorgia explica que as adaptações das disciplinas são importantes e dá o exemplo de uma matéria eletiva em que o professor recebeu orientações do NUAPE. "Resultado é que passei na matéria com a nota mais alta da turma, mesmo nem sendo uma aluna do curso", afirma.
A perspectiva é de que a aluna se forme durante o ano de 2023. "E eu com certeza devo isso à atuação do NUAPE e a seu sucesso nas ações inclusivas", conclui a estudante.