Editora da UTF aborda negritude
“As pessoas têm a impressão de que só personalidades famosas merecem ter biografias, e não, nós queremos ouvir e saber de pessoas comuns”. (Andrea Kominek)
O livro “Vidas que Falam: Ancestralidade Africana na Diáspora Paranaense”, organizado por Andréa Maila Voss Kominek, Ivo Pereira de Queiroz, professores do Departamento Acadêmico de Estudos Sociais (DAESO) do campus Curitiba da UTFPR e Ana Crhistina Vanali foi lançado no último mês de julho. O lançamento ocorreu no âmbito do projeto "Campus Curitiba Publica", destinado a mostrar a produção de literatura dentro da instituição.
“É um livro coletivo, feito por professores de universidades públicas que aproveitam seu tempo e seu conhecimento para valorizar algo que é da nossa sociedade. Nós entrevistamos 14 militantes do movimento negro de Curitiba e região, de diversas áreas de trabalho; tem advogado, professores, Mãe de Santo, pessoal da velha guarda, pessoal bem jovem. Ao ouvir essas histórias, nós descobrimos pérolas, coisas incríveis e surpresas. As pessoas têm a impressão de que só personalidades famosas merecem ter biografias, e não, nós queremos ouvir e saber de pessoas comuns. Se essas pessoas foram tão longe enfrentando todas essas dificuldade, imagina onde estariam se não tivessem gastado tempo e energia com esses obstáculos”, relata Andréa Kominek.
O livro conta, a cada capítulo, como essas pessoas, com suas vidas pessoais, ainda militam pela causa do movimento negro, do enfrentamento ao racismo e da valorização da ancestralidade africana.
O e-book está disponível gratuitamente e online pela EDUTFPR e você pode acessar clicando aqui.
Sinopse: O livro “Vidas que Falam” resgata a ação de atores sociais de Curitiba e Região Metropolitana, em diversas áreas de atuação, no que se refere à promoção da ancestralidade africana e no fortalecimento da consciência negra. Não apenas para lhes prestar o justo reconhecimento, mas principalmente para que suas narrativas constituam exemplos positivos na formação de uma sociedade justa e igualitária. Exemplos que contribuem, em suas ações cotidianas e profissionais para a derrubada de mitos acerca dos povos negros africanos, propagados em diversos âmbitos da sociedade brasileira, especialmente, na escola. A ancestralidade africana prima pelo respeito à natureza, cuidado e respeito às pessoas idosas, sábias e detentoras das histórias que nos formam como indivíduos e como comunidade. Esta riqueza, no entanto, encontra-se dispersa no povo brasileiro, sendo conhecida por sua comunidade através da oralidade, mas não sistematizada, valorizada e universalizada na literatura acadêmica. Este livro visa corrigir esse equívoco. Traz para a comunidade acadêmica uma pequena parte desse valioso tesouro, através de narrativas de pessoas que representam modelos de ancestralidade africana. Que estas Vidas que falam sejam o exemplo do Brasil e da sociedade que podemos e queremos construir! Que as novas gerações conheçam e sigam seus exemplos! Esta é a missão que este projeto ambiciona alcançar!
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