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Pesquisa que aposta em conservantes naturais é selecionada no Programa Mulheres na Ciência

Pesquisa que aposta em conservantes naturais é selecionada no Programa Mulheres na Ciência

Publicado 11/1/2024, 9:21:17 AM, última modificação 11/1/2024, 9:42:15 AM
Projeto obtém fomento e será realizado no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal

Uma pesquisa da UTFPR desenvolverá emulsões naturais com potencial para substituir conservantes sintéticos em alimentos, no intuito de encontrar um produto mais seguro e sustentável.

A iniciativa foi selecionada no edital Atlânticas, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com isso, o estudo receberá o valor de R$ 104.705,07 para viabilizar a pesquisa no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal. Durante o período no exterior, a pesquisadora trabalhará no desenvolvimento de emulsões naturais, com potencial para substituir conservantes sintéticos em alimentos, promovendo alternativas mais seguras e sustentáveis para a indústria alimentícia.

Ao retornar ao Brasil, a pesquisadora planeja continuar o desenvolvimento dessas emulsões, investigando sua viabilidade de aplicação em diferentes matrizes alimentícias. A pesquisa avançará à medida que forem realizados testes práticos para avaliar o comportamento das emulsões em condições reais. Como acontece com qualquer projeto científico, as hipóteses iniciais serão testadas ao longo do estudo, com os resultados finais sendo confirmados apenas ao se aprofundar nos experimentos e validar as formulações planejadas.

Segundo a docente responsável pelo projeto, Alessandra Machado Lunkes, do Campus Francisco Beltrão, o projeto tem potencial para transformar a indústria de alimentos ao introduzir alternativas aos aditivos artificiais, que são cada vez mais questionados por seus possíveis impactos à saúde e ao meio ambiente.

A ideia é expandir essa linha de estudo para investigar a aplicação das emulsões em diferentes matrizes alimentícias, junto com parceria com estudantes de iniciação científica e tecnologia, que já trabalham no desenvolvimento de cápsulas de conservação. “Trabalhar com conservantes naturais é essencial, não só pela questão da segurança alimentar, mas pela possibilidade de levar ao mercado alternativas mais saudáveis e ambientalmente sustentáveis,” explica.

De acordo com a professora, essa abordagem visa garantir que as propriedades de preservação sejam eficazes e seguras, alinhando a pesquisa ao movimento crescente por soluções alimentares mais saudáveis e naturais.

Além de expandir o alcance da ciência nacional, o projeto inclui ações de divulgação científica e de incentivo a jovens negras no Brasil, reforçando a representatividade e inclusão no meio acadêmico.

Atlânticas

O Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, lançado pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi criado com o objetivo de ampliar a participação de mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas na pesquisa científica internacional. A primeira edição, intitulada "Chamada Atlânticas," destinou-se a fomentar a diversidade nas ciências e promover maior equidade de acesso a oportunidades de formação e qualificação. No total, 86 pesquisadoras foram contempladas com bolsas para doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior, após uma seleção que contou com 544 inscrições.

Para atender à demanda de candidatas qualificadas, o edital recebeu uma suplementação de R$ 2 milhões, elevando o investimento total para R$ 8 milhões, distribuído entre o MIR, o CNPq, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério das Mulheres (MMulheres). Este acréscimo permitiu a inclusão de 17 propostas adicionais às 69 aprovadas no resultado preliminar de abril, demonstrando o sucesso e a relevância da iniciativa para a promoção da inclusão nas ciências.

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