Pesquisador avalia risco de ruptura de lajes sem vigas
Para diminuir o risco de ruptura de lajes lisas de concreto armado, um pesquisador da UTFPR está estudando o comportamento desse sistema estrutural. O estudo do professor do curso de Engenharia Civil do Câmpus Apucarana Elyson Andrew Pozo Liberati comparou o efeito da punção em lajes lisas de concreto com ou sem aberturas adjacentes ao pilar. Os resultados foram obtidos durante o doutorado do pesquisador e foram apresentados em um artigo feito em parceria com os professores Marília Marques (UFV - Rio Paranaíba), Leandro Trautwein (Unicamp) e Luiz de Almeida (Unicamp).
A publicação "Avaliação do efeito da punção em lajes lisas de concreto armado" foi escolhida como o melhor artigo da macrorregional Sul e ficou entre os cinco melhores no âmbito nacional durante o 61º Congresso Brasileiro do Concreto, organizado pelo Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), realizado em Fortaleza (CE).
As lajes lisas, também chamadas de planas, são estruturas que se apoiam rígida e diretamente sobre pilares, não existindo vigas para transferência dos esforços. A utilização de estruturas com lajes lisas tornou-se habitual há muitos anos. A principal desvantagem desse sistema estrutural refere-se ao risco de ruptura por punção da ligação da laje com o pilar, que pode levar ao colapso progressivo da estrutura no momento da redistribuição dos esforços após essa ruptura.
Dentre os problemas que podem diminuir a resistência ao puncionamento desse tipo de laje está a existência de aberturas nas regiões adjacentes ao pilar. As aberturas em lajes lisas são frequentemente utilizadas para passagem de tubulações de água, esgoto, eletricidade, telefonia e outros. “Estudos sobre o comportamento da ligação laje-pilar com aberturas adjacentes ao pilar ainda são incipientes”, afirma Liberati.
Os resultados apresentados no artigo demonstraram que todas as lajes ensaiadas romperam por punção e que a presença dessas aberturas reduziu em até 29,01% a resistência ao cisalhamento das lajes.
“As normas de projeto (nacional e internacionais) apresentam diferentes recomendações para esse tipo de sistema estrutural. Dessa forma, resultados experimentais, como os obtidos nesse artigo, podem contribuir para futuras calibrações dessas normas, tornando-as mais precisas”, explica Elyson Liberati.