Software auxilia em prognóstico de transtornos como discalculia e dislexia
Um exemplo de como a tecnologia pode auxiliar a educação está no projeto de um software que poderá ajudar os profissionais das escolas no prognóstico de transtornos de aprendizagem como discalculia e dislexia. A ferramenta foi desenvolvida durante o Trabalho de Conclusão de Curso da egressa do curso de Licenciatura em Informática do Câmpus Francisco Beltrão, Edenilce Walnot.
O objetivo é auxiliar o trabalho de equipes pedagógicas e multidisciplinares a diagnosticar estes alunos e contribuir com o desenvolvimento das crianças, diminuindo o sofrimento no processo de aprendizagem.
O software utiliza uma base de dados já existente e usada na formação do conhecimento de psicólogos educacionais. Com esta base de dados e a partir da resposta dos alunos a determinadas perguntas, o sistema é capaz de gerar um relatório com um prognóstico da situação, apontando se o aluno apresenta transtornos de aprendizagem e qual a melhor forma de tratamento.
“É aí que entra novamente o especialista humano. Com o relatório em mãos, ele irá validar e dar os devidos encaminhamentos para o tratamento do aluno”, esclarece o professor e orientador do trabalho, Francisco Reinaldo.
Segundo Edenilce, a vontade de trabalhar com esta área surgiu a partir da observação da
dificuldade que muitos alunos apresentam em cálculos na própria universidade e também a partir da observação em seu estágio. “Estagiei em sala de recursos (salas especializadas ofertadas pelo estado) e ouvia muito sobre a dificuldade de aprendizagem. Muitas vezes a escola não tem recursos suficientes para que essas dificuldades sejam investigadas mais a fundo o que pode dificultar o processo de diagnóstico e tratamento”, destaca a egressa.
A equipe trabalhou com a versão alfa do sistema, que é testada em laboratório e não aplicada diretamente no público-alvo. Batizado de CDDilexDiscalc e por ser inédito e possuir características diferentes de outras soluções já registradas, o software recebeu o registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
Para o chefe do Departamento de Apoio e Projetos Tecnológicos do Câmpus Francisco Beltrão, Paulo Junior Varela, o registro é um indicador de que a universidade está produzindo conhecimento com qualidade e inovação. “Isto abrirá portas para novas parcerias com empresas para transferência de tecnologia”, enfatiza.