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UTFPR terá seu primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia

UTFPR terá seu primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia

Publicado 2/8/2023, 5:12:19 PM, última modificação 2/8/2023, 5:16:54 PM
Novo INCT receberá investimentos de R$ 5,3 milhões e atuará na área da reologia

Projeto conta com pesquisadores do Centro de Pesquisas em Reologia e Fluidos Não Newtonianos da UTFPR (Foto: CERNN)

A UTFPR será, pela primeira vez, a instituição sede de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT). A conquista veio com a aprovação do projeto submetido pelo professor Admilson Teixeira Franco à Chamada CNPq nº 58/2022 – Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. O resultado final foi divulgado em 21 de dezembro e trouxe uma lista de 58 novos INCTs a serem financiados.

O projeto da UTFPR prevê a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Reologia de Materiais Complexos aplicada a Tecnologias Avançadas (INCT-Rheo9). O objetivo, segundo Admilson Franco, será formar uma rede com os principais grupos de reologia e fluidos não newtonianos do Brasil e desenvolver soluções viáveis a partir da pesquisa de novos materiais e tecnologias com foco na transição da matriz energética do país. O início da execução deverá ser em março e o prazo total para realização é de cinco anos. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT/MCTI) e totalizam R$ 5,3 milhões.

Além da UTFPR, também fazem parte do projeto outras cinco instituições: Puc-Rio, UFRJ, UFRGS, Universidade Mackenzie e PUC-PR. Ao todo, são 12 pesquisadores que participam do INCT-Rheo9 e, destes, quatro são professores da UTFPR. Fora Admilson Franco, que é coordenador geral do projeto, também integram a equipe Cesar Negrão, Eduardo Germer e Silvio Junqueira, todos do Departamento Acadêmico de Mecânica (Damec) e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais (PPGEM) do Campus Curitiba. No futuro, a perspectiva é que o instituto conte com mais de 150 integrantes, entre alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos, pesquisadores, técnicos e engenheiros.

As contribuições do INCT com sede na UTFPR poderão ser diversas. A primeira tem a ver com a formação qualificada de recursos humanos em diversos níveis e de pesquisadores para atuarem em setores estratégicos de pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Outra contribuição está no âmbito da internacionalização do conhecimento científico, com prováveis ampliação e fortalecimento de parcerias com instituições estrangeiras, já que os grupos que compõem o INCT-Rheo9 possuem colaborações com pesquisadores dos EUA, Canadá, França, Bélgica, Noruega, Portugal e Chipre. Para as áreas nas quais o projeto se insere, haverá ganhos com divulgação científica e popularização da ciência, publicações de artigos científicos, transferência de conhecimento para o setor empresarial e para o público.

Para Admilson Franco, a aprovação do projeto demonstra que a UTFPR está atingindo um alto grau de maturidade de sua pesquisa e pós-graduação. “Projetos como os da Chamada CNPq nº 58/2022 são exclusivos para grupos de pesquisa consolidados e com elevado grau de reconhecimento científico e tecnológico”, justifica, acrescentando que a proposta recebeu uma excelente avaliação dos consultores ad-hoc do CNPq. Além disso, segundo o coordenador do projeto, a UTFPR passa a cada vez mais se inserir no mapa nacional e internacional de pesquisas de elevado nível, por conta da exigência de colaboração em rede com outros notáveis grupos de pesquisa.

Reologia

A reologia é a ciência que estuda a deformação e o escoamento de materiais complexos como suspensões coloidais (por exemplo, nanofluidos) ou não coloidais, polímeros, emulsões, espumas, entre outros. A reologia abrange não apenas o comportamento macroscópico destas substâncias, como também busca entender este comportamento a partir do entendimento das forças e interações microscópicas entre as moléculas e partículas que compõem os materiais. Com esse conhecimento, podem ser propostos novos materiais com comportamentos específicos para suprir necessidades tecnológicas e industriais.

A principal área de conhecimento deste projeto é a mecânica dos fluidos e os campos correlatos são: termodinâmica, polímeros, petróleo e petroquímica, fontes renováveis de energia e transferência de calor.

Na atividade econômica, a principal área que abrange este projeto é a indústria de transformação com áreas correlatas à fabricação de produtos derivados de petróleo, extração de petróleo e gás natural, fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, fabricação de resinas e elastômeros e a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos.

UTFPR fará parte de outro INCT aprovado pela chamada do CNPq

A pesquisadora do Campus Curitiba Edna Miola também foi contemplada na Chamada CNPq nº 58/2022, juntamente com seu grupo de pesquisadores, com a aprovação da proposta do INCT em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT/DSI). O objetivo é investigar os desafios relacionados à produção e à circulação da informação com relação à soberania nacional, formulando estratégias de aprimoramento do poder democrático na arena informacional contemporânea.

As pesquisas estarão concentradas em três macroprojetos: a produção de informação sancionada como conhecimento científico; a circulação de informação (e desinformação) na forma de mensagens veiculadas pelas diferentes mídias tradicionais; e a circulação de informações mediadas por aparatos digitais, tais como plataformas, algoritmos e big data.

Segundo a pesquisadora Edna Miola, o projeto irá equipar o país com um centro de referência capaz de interagir com instituições nacionais e internacionais na área de estudos sobre soberania informacional e contribuir com a formulação de políticas públicas informacionais de curto, médio e longo prazos dedicadas a resguardar o interesse nacional.

O projeto é coordenado pelo professor Afonso de Albuquerque (UFF) e pelo professor Jamil Marques (vice-coordenador, UFPR) e conta com um comitê gestor que inclui os professores Andrea Medrado (UFF), Edson Dalmonte (UFBA), Raquel Recuero (UFPEL), Roseli Fígaro (USP) e Thaiane Oliveira (UFF). Além disso, envolve outros 28 pesquisadores brasileiros e estrangeiros de 21 instituições nacionais e internacionais.

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