Peça teatral A Grande Máquina
A peça de teatro A Grande Máquina, produzida pelo Grupo de Teatro Artífice – UTFPR foi apresentada em duas datas em homenagem aos 30 anos da UTFPR. A primeira ocorreu no dia 17 de abril de 2023, no dia do aniversário do campus, às 19h30, com duração de 50 minutos, no Anfiteatro da universidade.
Na ocasião, apresentou-se uma versão adaptada, com classificação livre para todos os públicos. A necessidade de adaptação deu-se pelo fato de que o evento era alusivo ao aniversário de 30 anos da universidade e o grupo quis garantir que todos os públicos fossem contemplados, desde as crianças até os adultos.
A segunda apresentação da peça aconteceu no dia 15 de junho, no Anfiteatro da UTFPR, às 19h30, com duração de 2h15m. A classificação indicativa do espetáculo foi alterada para 16 anos. A necessidade de alteração da classificação deu-se pelo conteúdo sensível, abordando linguagem imprópria e erotização.
O espetáculo A Grande Máquina tem a dramaturgia de Roberto de Andrade Martins, com adaptação do roteiro realizada pelo Grupo de Teatro Artífice. A direção teatral ficou a cargo de Mauricio Maculan, com a coordenação e supervisão do professor Sidinei Eduardo Batista, do Departamento de Letras (DALET). Fizeram parte do elenco da peça: Cezar Padilha, Daniela Zanmaria, Isadora Garcia, Izabela Garcia, Maryeli Antonelli, Maurício Hryszko, Mauricio Maculan, Nátali Hoffmann, Vagner Caldato e Vana Jhulia.
O espetáculo - uma história sobre o caos, a loucura e a felicidade - busca mostrar o esforço humano na construção da máquina que deverá mudar a forma como o ser humano enxerga o mundo, uma história em que os protagonistas não são as personagens em cena. Durante a encenação, a quarta parede que separa atores e plateia é quebrada e o público que antes era um mero espectador passa a questionar o seu lugar no mundo, os seus sonhos e suas limitações frente aos obstáculos. Afinal, quem nunca abandonou a construção da sua grande máquina por medo do que os outros iriam pensar? Quem vive o seu sonho? Quem vive o sonho dos outros por medo de ser julgado louco? Como alcançar a felicidade em um mundo de aparências?
O evento foi promovido pela Diretoria de Relações Empresariais e Comunitárias (DIREC); Departamento de Extensão (DEPEX) e pelo Grupo de Teatro Artífice – UTFPR e tem o objetivo de promover a democratização das artes cênicas à comunidade acadêmica e externa da universidade, bem como fazer o intercâmbio entre artistas locais e o público nas suas mais diversas linguagens culturais.
Depoimentos mostram o sucesso da peça com o público participante. Ana, técnico-administrativa, destacou que “[...] não sabia se corria, se chorava, se desmaiava, me assustei, tive crise de consciência”. Já a Ana, Ana, psicóloga, apontou que a cada momento a peça levou a refletir um assunto: “o que mais me chamou a atenção foi quando o professor Asclépio acordou e falou diretamente conosco, nos fez olhar para mundo de hoje, nos fez ver que tudo está banalizado, as pessoas não conseguem enxergar o outro com sentimentos, vontades, sonhos, tudo é imediatismo”.
Em seu depoimento sobre a peça, Junior, acadêmico da UTFPR-PB, comentou sobre como a peça o fez refletir sobre o modo como a sociedade nos obriga a viver, de modo automático, sem questionamentos. Ficou encantado com a maneira com que o conto foi transformado em uma peça, deixando um conselho que, para ele, é a definição da peça: “Não se importe com a opinião dos outros, pois há muito no futuro.”
Magnus Felipe, analista de manutenção industrial, também deixou seu depoimento sobre a peça. De acordo com ele, a peça causou um estranhamento, uma inquietação, fazendo-o lembrar do filme Midsommar. Elogiou o comprometimento dos autores com o texto e definiu a apresentação como “Uma experiência inebriante e louca”.
Mateus Pasqualotto, estudante, comentou que achou a peça provocante, levando-o a refletir sobre questões estruturais do conteúdo científico dentro do capitalismo. A ambição do homem por um desenvolvimento desenfreado que não leva a lugar algum, tratando as pessoas que não compactuam com a mesma ideia como loucos, porém, os únicos capazes de “montar a grande máquina”. Elogiou a atuação das personagens brincando com a quebra da quarta parede e finalizou dizendo: “O sentido da vida está em cada um e não no externo”.