Investimento & Tecnologia
Para garantir piscina com água aquecida, para as aulas de natação, ofertadas através do Projeto UTFPR em Ação, o Campus Ponta Grossa, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), investiu em tecnologia. As antigas caldeiras foram substituídas por bombas de calor, o que além de gerar economia, faz com que a instituição avance no uso de energias renováveis.
O Professor Romeu Miqueias Szmoski, conta que antes da mudança para aquecer a água da piscina era utilizada uma caldeira que funcionava a partir da queima de óleo diesel. O antigo sistema era oneroso, desde a instalação do novo sistema até agora, a universidade deixou de queimar aproximadamente 12.000 litros de óleo diesel. O antigo formato ainda esbarrava nas questões ambientais, pois o diesel, sendo um combustível fóssil, é uma fonte de energia não renovável, que gerava a emissão de gases efeito estufa.
Com a implantação das bombas de calor - no total foram instaladas quatro no campus - a primeira grande vantagem é a redução nos custos, que devem cair mais que a metade. A Estimativa é que a economia com o novo sistema seja superior a 50%, se comparado ao valor que a instituição gastava com óleo diesel. O investimento para instalação do novo sistema de aquecimento foi da ordem de 125 mil. Considerando a economia que proporcionará, estima-se que esse investimento deva retornar para a universidade em aproximadamente dois anos.
Outro investimento que deve ser feito é na aquisição de uma lona para cobrir a piscina durante a noite. O objetivo é evitar ao máximo que a água perca calor, pois assim menos energia será necessária para reaquecê-la novamente.
Somente com a implementação das bombas de calor, Miquéias, diz ser esperada uma economia de aproximadamente R$ 1 milhão de reais, se comparados os custos de funcionamento do sistema de aquecimento novo com o antigo, em 18 anos. “Esse recurso que pode ser utilizado para atender outras necessidades institucionais, provocando um impacto positivo no meio ambiente, no uso racional dos recursos públicos e na sociedade como um todo”, acrescenta.
O Diretor-Geral do Campus, Professor Abel Dionizio Azeredo, destaca que sua gestão, busca atuar em um movimento contínuo, composto de ações interligadas com enfoque na sustentabilidade. Duas dessas ações são a instalação de usinas fotovoltáicas, dentro do Programa de Eficiência Energética da Copel, e a troca do sistema de aquecimento da piscina. Ele destaca que são investimentos importantes que focam na economia, tanto na conta de energia elétrica, como na extinção dos gastos com a aquisição de óleo diesel para "queimar" e aquecer a água da piscina.
“Nesse novo formato se programarmos os trocadores de calor para funcionarem em horário apenas fora de ponto, deveremos manter a piscina aquecida com custo zero. É um investimento com retorno garantido e visa à economia necessária para que o campus possa disponibilizar mais recursos em investimentos e infraestrutura para melhor atender as atividades fim da instituição, que são pesquisa, ensino e extensão”, afirma Azeredo.
O professor Romeu Miqueias Szmoski conta que foi responsável pelo Estudo técnico, dimensionamento, orçamento, instalação e conferência das bombas de calor, mas lembra que esse foi um trabalho realizado em equipe, que reuniu vários servidores do campus. O professor Thiago Antonini Alves atuou no Estudo técnico e dimensionamento, Daniel Zadra Luz conduziu a parte administrativa do processo, atuando também na instalação e conferência dos equipamentos e José Luis Schamne, realizou o levantamento dos recursos para aquisição.
Como operam as bombas de calor?
A operação de uma bomba de calor pode ser analogamente comparada ao funcionamento de um refrigerador, ou seja, a geladeira que você tem em casa, porém em sentido oposto. Enquanto em um refrigerador o calor é transferido do interior para o exterior, nas bombas de calor esse processo ocorre de maneira inversa. Uma bomba de calor opera com base no ciclo de refrigeração por compressão a vapor. O ciclo envolve quatro componentes principais: compressor, evaporador, condensador e válvula de expansão. O evaporador é o local onde a bomba de calor absorve calor do ar ambiente. O vapor de baixa pressão resultante da evaporação é comprimido pelo compressor. No condensador, o vapor comprimido cede calor para a água da piscina. Após o condensador, o líquido refrigerante de alta pressão passa pela válvula de expansão. A válvula de expansão reduz abruptamente a pressão do líquido refrigerante, fazendo com que ele se expanda e se resfrie rapidamente. A bomba de calor mantém esse ciclo contínuo, absorvendo calor do ar ambiente e transferindo-o para a água da piscina. O resultado final é a elevação da temperatura da água da piscina mesmo em condições climáticas mais frias e permitindo que o usuário desfrute de uma piscina aquecida de maneira eficiente e econômica.