Inscrições abertas para o curso gratuito "Estudos Fanonianos: do Contracolonialismo à Consciência Negra"
O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI-CT) ofertará para a comunidade acadêmica e externa o curso de ensino "Estudos Fanonianos: do Contracolonialismo à Consciência Negra", coordenado pelo professor Ivo Pereira de Queiroz. O curso tem o objetivo de mergulhar no pensamento crítico de Frantz Fanon e de outros autores caribenhos, explorando temas fundamentais como colonialismo, racismo, subjetividade, clínica e resistência.
Inscrições
As inscrições ficam abertas até o dia 30 de abril, mesmo dia do início das atividades, que serão das 14h30 às 16h30. Os encontros são mensais e ocorrem na sala CI-003, sala da COTED-CT, na UTFPR Sede Centro ou via transmissão pelo Google Meet. Os estudantes que realizarem toda a atividade ganharam 20 horas de certificado.
Para se inscrever, basta preencher o este formulário. Os temas dos encontros serão:
30/abril: O Contracolonialismo do Caribe (Haiti, Jamaica, Martinica e outros)
28/maio: Martinica e os pensadores Aimé Césaire, Suzanne Césaire, Édouard Glissant e Frantz Fanon
25/junho: Obras de Frantz Fanon e seu itinerário intelectual (Pele Negra, Máscaras Brancas e Os Condenados da Terra)
27/agosto: Fanon e o esquematismo epidérmico (esquematismo corporal, metafísica da brancura e negrura, racismo e cultura)
24/setembro: Fanon: Anti-humanismo e Novo Humanismo (Ailton Krenak, Hegel, Merleau-Ponty e Fanon)
29/outubro: Fanon e a Clínica (ontogênese, filogênese, sociogênese, terapia institucional e clínica não manicomial)
26/novembro: Fanon e a Consciência Negra (Césaire, Steve Biko, Oliveira Silveira, MNU e o Dia Nacional da Consciência Negra)
Tema
O tema dará visibilidade a diversos autores negros e indígenas que viveram na América Latina durante a colonização, mas que muitas são apagados da literatura.
Um exemplo disso é Frantz Fanon, um psiquiatra, filósofo e revolucionário nascido na Martinica, nascido no dia 20 de julho de 1925. Fanon é referência nos estudos decoloniais e antirracistas. atuou em várias frentes durante sua vida, foi jornalista da Revolução Argelina, nos anos 1950 até o começo dos anos 1960 e também clinicou na Argélia e depois na Tunísia. Morreu com apenas 36 anos de leucemia, deixando um legado para toda a sociedade moderna.
O professor Ivo Pereira de Queiroz transmite a importância dos estudos de Fanon para a comunidade e o entendimento da sociedade atual. “Nós, hoje, encontramos na academia muitas análises sobre análises da realidade centradas em um propósito chamado decolonialidade. Então você vai pensar uma ciência decolonial, uma tecnologia decolonial, um governo de orientação decolonial, e aí você procura no cerne do movimento da decolonialidade no mundo, o grande inspirador foi Frantz Fanon. Então esse camarada faleceu aos 36 anos, no ano de 1961, e permanece vivo em suas obras e nos exemplos de vida que ele deixou.”
Para Waltemberg de Souza, estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, a representatividade nesses debates e cursos são essenciais para conexão com a ancestralidade de cada indivíduo e fortalece a relação com a universidade. “Participar de um curso como esse é uma chance de repensar o que é conhecimento, de romper com visões coloniais e de construir uma vivência universitária mais justa, crítica e acolhedora para todos e todas. No fim das contas, é sobre ocupar com consciência, transformar com afeto e resistir com o próprio saber", finaliza.