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Projeto de extensão aproxima a Física da comunidade

Projeto de extensão aproxima a Física da comunidade

Publicado 10/31/2022, 1:45:43 PM, última modificação 11/3/2022, 10:50:32 AM
Alunos apresentaram experimentos de Física em evento de comemoração ao Dia das Crianças

“O projeto demonstra fenômenos e aplicações da física sem entrar em um formalismo exagerado, (...) assim é possível motivar o público a querer compreender e buscar o conhecimento”, diz o professor Álvaro. 
Crédito: Projeto de extensão “Física para além do laboratório e da sala de aula”

Participantes do projeto de extensão “Física para além do laboratório e da sala de aula” realizaram demonstrações científicas no 5º Batalhão do Exército, em Curitiba, no início de outubro, durante um evento em comemoração ao Dia das Crianças. A atividade apresentou experimentos de Física para crianças de escolas da região, militares e familiares. “O objetivo do projeto é mostrar que é possível motivar as pessoas a aprender física de uma forma lúdica e divertida, com muita interação entre os participantes e os apresentadores, no caso, os alunos da graduação”, afirma o coordenador do projeto, o professor Álvaro Emílio Leite, do Departamento Acadêmico de Física do Campus Curitiba da UTFPR. 

Os experimentos contemplaram ramos da Física como Eletricidade e Magnetismo, Mecânica, Termodinâmica, Ondas e Acústica. Um grupo de oito alunos realizou as apresentações para o público. “Essas atividades e outras foram pensadas durante um longo período - grande parte durante a pandemia, tudo de forma online - quando a equipe original do projeto desenvolveu fichas de explicação e didatização dos conteúdos. Hoje temos mais de cem fichas salvas em nosso banco de dados”, relembra o estudante André Luís Martins.

Experimentos

Uma das demonstrações usou o gerador de Van de Graff, instrumento que faz com que os participantes fiquem com os cabelos arrepiados. “O acúmulo de cargas elétricas no corpo da pessoa e a concentração das cargas nas regiões pontiagudas, nos cabelos - por exemplo, faz com que ocorra repulsão entre os fios carregados com cargas de mesmo sinal. Essa repulsão faz com que os cabelos fiquem literalmente em pé”, explica o professor.

Os alunos também mostraram para o público a plataforma giratória. No experimento, os participantes eram colocados no equipamento para girar segurando dois halteres com os braços abertos. Depois, solicitava-se que as pessoas fechassem os braços, o que gerava um aumento significativo da velocidade de giro. O professor Álvaro esclarece que a plataforma giratória é utilizada para estudar a conservação do momento angular nos laboratórios, o que explica - por exemplo - por qual motivo uma bailarina concentra a sua massa em torno de um eixo para girar com maior velocidade.

Outro experimento realizado durante o evento usou uma bexiga cheia de água, que era colocada em contato com um isqueiro aceso. Mesmo com a chama, o balão não estourava, fenômeno explicado pelo processo de transferência de calor. “Se não houvesse água no interior da bexiga, ela estouraria no primeiro contato com a chama. Mas, como há água no seu interior, o calor recebido pela bexiga é transferido para a água, mantendo o material da bexiga intacto”, diz o professor. 

Física além do laboratório

O projeto foi idealizado no início da pandemia de Covid-19 por iniciativa de um grupo de alunos. Eles queriam demonstrar experimentos físicos para o público leigo, como forma de despertar a curiosidade científica. “A pandemia se prolongou e a forma que encontramos para manter a animação e sinergia dos alunos foi solicitar que eles desenvolvessem experimentos de baixo custo em suas casas, gravassem e divulgassem no YouTube. Com o retorno às aulas presenciais, começamos a colocar em prática o que havíamos idealizado no início do projeto”, relembra o professor Álvaro. 

Inicialmente, o projeto era desenvolvido por quatro alunos e dois professores. Hoje o número de estudantes dobrou e o grupo conta com o apoio do técnico de almoxarifado Rodrigo Ricetti, que tem experiência na construção de experimentos.

“Como estudante de licenciatura, sempre foi um sonho meu e dos meus colegas aprender mais de física e poder levar isso para fora. Com o desenvolvimento do projeto de extensão, conseguimos finalmente aplicar tudo que conhecemos e dividir com a comunidade nossos aprendizados. Foi um trabalho árduo nas etapas de estudos dos experimentos e ainda mais difícil quando descobrimos que seriam crianças o nosso principal público-alvo, pois é muito complicado transpor didaticamente o conteúdo para eles, mas felizmente nos dedicamos bastante e conseguimos cumprir com essa missão”, finaliza André.

Quem quiser saber mais sobre o projeto pode escrever para alvaroleite@utfpr.edu.br.

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