Ciclo do Produto
Com a intenção de resolver problemas que hoje afligem empresas e buscando torná-las mais produtivas, está sendo desenvolvido, no Câmpus Curitiba, o Programa de Manufatura Inteligente. A proposta faz parte das atividades de pesquisa do Grupo de Estudos em Ciclo de Vida do Produto (GECVP), ligado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais (PPGEM).
O projeto foi originalmente pensado a partir da experiência do Integrated Manufacturing Technology Initiative (IMTI), um consórcio norte-americano composto por acadêmicos, empresas e institutos de pesquisa que listou desafios para a manufatura do século XXI. Segundo o coordenador do projeto, professor Milton Borsato, essas demandas são muito comuns nas empresas. “No ramo de manufatura, sintetizam uma série de coisas que nós gostaríamos de fazer e que evidenciam demandas de pesquisa num contexto internacional. Ou seja, nós não estamos inventando problemas para resolver. Eles simplesmente já existem”, explica o coordenador.
A maioria dos pontos listados está relacionada com a maneira como um produto deve ser concebido, desenvolvido, fabricado e reaproveitado no século XXI. Assim, o grande desafio é como tornar mais inteligentes e eficazes as informações trabalhadas no desenvolvimento de um produto. Por exemplo, alguns projetos no âmbito do Programa de Manufatura Inteligente foram criados para conceber melhores formas de modelar e rastrear os requisitos do cliente para o produto ao longo de todo o processo, desde a sua concepção até fabricação, suporte e descontinuidade.
A estratégia do Programa foi apostar em uma abordagem alternativa, atuando dentro das empresas. Nessa perspectiva, em 2015 o projeto se uniu à indústria dentro do contexto da manufatura e essa parceria foi chamado de MbME, sigla para “empresa de manufatura baseada em modelos”. Por ser um projeto de grande proporção, contou com os mestrandos Edmar Hinckel e Juliana Schmidt e os graduandos Eduardo Onofre e Paulo Storrer. “Esse projeto conseguiu fazer uma amarra de extrema importância, que talvez seja uma das coisas mais difíceis de se fazer quando se trabalha com a indústria, que é a gente produzir algo de valor científico e ao mesmo tempo que atenda a uma necessidade imediata da indústria”, comenta Borsato. O contato com a área da manufatura no mercado foi tão intenso e relevante que inclusive atraiu para o meio acadêmico profissionais que hoje estão inseridos no PPGEM.
No momento, uma empresa multinacional está fazendo uso do Programa e é a principal investidora. Por ser uma pesquisa que produz formas de melhorar a produtividade no trabalho, outras empresas podem também se beneficiar do projeto, fortalecendo o vínculo universidade-mercado de trabalho. “É bacana porque, a partir do momento que mostramos que somos de carne e osso e que entendemos os problemas das empresas, a barreira entre academia e indústria é rompida. É uma troca muito direta de informações”, ressalta Borsato.