Pesquisadores criam equipamento de desinfecção à base de plasma frio
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a utilização de máscaras de proteção em hospitais e locais de saúde ficou ainda mais necessária e obrigatória em todos os espaços. Por isso, a desinfecção destes itens também precisa ser efetuada frequentemente. Pesquisadores do Câmpus Toledo desenvolveram um sistema de esterilização com a aplicação de ozônio à base de plasma frio para que o processo seja mais rápido e com um custo menor.
A equipe é formada pelos professores Felipe Walter Dafico Pfrimer, Alberto Yoshihiro Nakano, Cleverson Busso e Ricardo Schneider e dos alunos de Engenharia Eletrônica, Fernando Cezar Cardoso, Flavio Lamberti Campo e Enio Guilherme Borges.
Segundo o pesquisador Felipe Pfrimer, os métodos conhecidos de esterilização demandam tempo, custos elevados e ainda podem resultar em perda da qualidade do material. “Além disso, em alguns casos, os métodos conhecidos podem apresentar eficiência duvidosa”, explica.
A aplicação do ozônio pode ser uma solução simples, rápida, barata e politicamente sustentável, já que o ozônio não gera resíduos para descarte, resultando apenas em gás oxigênio (O2).
O protótipo desenvolvido pelo grupo de pesquisa foi feito com um custo de R$ 1,8 mil, bem abaixo dos equipamentos existentes. “Mesmo assim, estamos estudando métodos alternativos para diminuir ainda mais este valor”, explica o professor Felipe.
O tempo de desinfecção também é mais rápido, estimado entre 30 a 45 minutos. Com isso, o sistema poderia ser utilizado, por exemplo, em máscaras cirúrgicas hospitalares, o seu reaproveitamento e, além disso, pode ser adaptado para a descontaminação de máscaras do tipo faceshield.
O projeto já resultou no protótipo ozonizador capaz de gerar 2g/hora de ozônio e, segundo os pesquisadores, resta agora adaptações para a inserção de uma câmara para a colocação das máscaras
Como funciona?
O ozônio pode ser gerado de três formas diferentes: eletrólise, radiação ultravioleta e efeito corona (plasma frio), sendo a última a mais empregada em larga escala. Ele é resultado pela descarga corona em um reator simples, construído com dois eletrodos de inox, tubulares e concêntricos, separados por um meio dielétrico de cerâmica e uma abertura para a passagem do gás aplicado.
A geração do ozônio ocorre neste arranjo por meio da aplicação de tensão na ordem de kV, juntamente com um fluxo de ar seco, onde parte do oxigênio é convertida em O3 (Ozônio).