Produtos fotocatalíticos podem ser a solução para higienização de superfícies
Em tempos de pandemia da Covid-19, efetuar a higienização, esterilização ou desinfetar superfícies já virou rotina. Porém, o problema é que elas precisam ser feitas repetidas vezes, já que as superfícies voltam a serem contaminadas facilmente. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores do Câmpus Medianeira vem trabalhando com urgência em um projeto de obtenção de produtos fotocatalíticos. O projeto é um dos contemplados pelo edital Covid-19 da UTFPR, para receber investimentos em ações de combate à doença.
O projeto é coordenado pelo professor do Departamento de Ciências Biológicas e Ambientais, Eduardo Lied, e conta com a participação dos professores Elias dos Santos Jr., Fabiana Schutz, Márcia Agustini, e pelos alunos de Engenharia Ambiental, Alan da Silva, Cristina Botelho e Lucas Fialho. Além disso, os trabalhos têm a colaboração do professor de Engenharia Química da Unioeste de Toledo, Camilo Morejon.
Os produtos fotocatalíticos, ao serem irradiados pela luz (natural ou artificial), conseguem manter a ação desinfetante por longos períodos de tempo. Neste caso, uma vez aplicado o fotocatalisador sobre a superfície, não é necessário repetir as mesmas aplicações, o que pode também diminuir os riscos ocupacionais dos trabalhadores que prestam o serviço de higienização, pois reduzem a necessidade de contato com as superfícies a serem sanitizadas. A medida também seria muito benéfica para ser utilizada em hospitais ou unidades de saúde.
Como os estudos referentes ao coronavírus já demonstraram que ele pode ser neutralizado rapidamente ao desinfetar superfícies, essa seria mais uma ação de combate ao vírus.
Os pesquisadores da UTFPR vêm somando esforços na tentativa de desenvolver produtos e materiais que são considerados pela comunidade científica como promissores no âmbito da descontaminação ambiental, principalmente em áreas de elevada incidência de problemas relacionados a falta de controle sanitário e de higienização.
Alguns produtos formulados já se encontram em fase de testes para verificação do grau de eficácia na minimização dos problemas associados a contaminação do ar e de superfícies.
Segundo o coordenador do projeto, estes produtos têm sido formulados utilizando como elemento principal o pigmento de dióxido de titânio (TiO2), substância reconhecidamente portadora de propriedades fotocatalíticas. Este pigmento é passível de aproveitamento em várias reações fotoquímicas e possui elevado grau de reação com diversos tipos de poluentes e contaminantes.
Os produtos necessitam agora, para fins de certificação do grau de eficácia no combate aos microrganismos patogênicos, de testes de inativação a serem realizados por ensaios microbiológicos nos laboratórios do Câmpus Medianeira.
No mundo, entram na lista dos produtos a aplicação em objetos de auto-limpeza, purificação do ar, purificação de água e efeitos bactericidas. Os materiais externos da construção de autolimpeza, como telhas, vidro, filmes plásticos e revestimentos, também são os produtos mais populares. Tintas inteligentes também vêm ganhando espaço neste mercado.