Home
/
Notícias
/
Últimas notícias
/
Divulgação Científica
/
Pesquisa sobre performance de bombeiros com cães é capa de uma das revistas da Oxford

Pesquisa sobre performance de bombeiros com cães é capa de uma das revistas da Oxford

Publicado 8/20/2024, 11:10:50 AM, última modificação 8/20/2024, 11:17:07 AM
Estudo avalia a influência de animais durante atividades de busca ou resgate, levando em conta ações motoras e musculares, além de desequilíbrios e quedas

Testes foram feitos na Sede Neoville do Campus Curitiba

Um estudo idealizado por pesquisadores da UTFPR está avaliando a atuação de bombeiros que trabalham com cães em operações como busca e resgate de vítimas. O objetivo é avaliar a influência desses animais conduzidos por guias durante suas atividades, chamada de mantrailing, levando em conta as respostas psicofisiológicas e musculares do bombeiro, além de contabilizar o número de desequilíbrios ou possíveis quedas durante esse trabalho. Os resultados estão publicados em um artigo de uma das revistas da Universidade de Oxford, sendo o destaque da capa desta edição.

A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado do aluno, capitão Luis Gustavo Pimenta, do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF). As coletas de dados foram feitas entre 2021 e 2022 com testes na Sede Neoville do Campus Curitiba com 10 bombeiros operadores caninos do Corpo de Bombeiros do Paraná e três cães certificados para atividades de busca.

Segundo o líder do Grupo de Pesquisa Treinamento Físico-Esportivo: Saúde e Performance (TFESP) do PPGEF, Anderson Caetano Paulo, as simulações utilizaram uma vítima fictícia que se deslocava por 2,5 km no bosque do Campus e ficava escondida.

Após isso, os bombeiros foram divididos em duplas: um conduzia o cão e o outro acompanhava o deslocamento. Foram avaliadas as variáveis cardiometabólicas, nível de dor e desempenho muscular, antes e pós-atividade dos dois profissionais. O número de desequilíbrios durante a caminhada também foi quantificado.

Entre os resultados apontados pelos pesquisadores deste grupo de pesquisa estão a redução da força de preensão manual do bombeiro condutor. “Isso é importante, pois, ao encontrar uma vítima, esses profissionais necessitam carregá-la ou puxá-la. Uma preensão manual com a força reduzida pode deixar a vítima cair, por exemplo”, explica o pesquisador Anderson Caetano.

Porém, também foram identificados cinco vezes mais desequilíbrios (tropeços e escorregões) nos bombeiros que conduziam o cão. “O animal de mantrailing com o bombeiro aumentou o número de escorregões, tropeços, mudanças bruscas de direção e perda de equilíbrio corporal, acompanhados por uma redução na força de preensão manual e aumento da dor aguda no pescoço, tronco e quadril”, enfatiza o líder do grupo.

Para os pesquisadores, essas descobertas podem contribuir na elaboração de estratégias para mitigar lesões e otimizar o desempenho de operadores caninos no corpo de bombeiros e outras unidades cinotécnicas.

Atualmente, segundo dados apresentados neste artigo, só nos Estados Unidos são registradas 80 mil lesões ocupacionais (distensão, entorse, abrasão, fratura óssea) em bombeiros por consequência de quedas e escorregões.

Após essa simulação em busca de pessoas em ambiente de mata, os pesquisadores pretendem agora investigar os resultados em diferentes condições de ambientes como pântano, montanhas, dunas, entre outros.

Reportar erro