Pesquisadora cria reator para o tratamento de efluentes com excesso de nitrogênio amoniacal
Uma pesquisa realizada pela professora do Câmpus Dois Vizinhos, Marina Celant De Prá, criou um reator capaz de remover o nitrogênio dos efluentes através de bactérias com atividade Anammox. O reator, denominado de NITRAMMOX, é capaz de retirar a mesma carga de nitrogênio utilizando somente um terço do recurso de tecnologias convencionais existentes e é considerado uma tecnologia revolucionária para o tratamento de águas residuárias.
“É uma alternativa nova e mais eficiente em termos de energia quando comparada a sistemas convencionais de remoção biológica de nitrogênio, pois requer muito menos oxigênio”, explica a professora.
A configuração do reator, cujo pedido de patente já está tramitando, permite uma operação com baixos níveis de oxigênio, sem que se tenha a formação de zonas mortas na biomassa. Além disso, com o uso dessa tecnologia de forma contínua, o reator fica compacto, ocupando 50% menos espaço para implantação do que os convencionais.
O processo comprovou ter uma alta eficiência de remoção de nitrogênio amoniacal, chegando a 95%, atingindo baixas concentrações desse nutriente no efluente final, menor que 15 mg/l, e uma redução de até 90% de emissão de CO2.
Outra vantagem do NITRAMMOX é que ele permite o reuso da água, já que o nível de remoção do nitrogênio atingiu grande eficiência, fornecendo uma forma sustentável, eficiente e simples para remoção do nitrogênio amoniacal no Brasil.
A pesquisa foi tema da tese de doutorado de Marina De Prá e recebeu a indicação de menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2018, na área de Engenharias II. O estudo foi orientado pelos professores Hugo Moreira Soares e Airton Kunz da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Embrapa Suínos e Aves, respectivamente.