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Pesquisadoras estudam a planta crotalária no combate ao mosquito da dengue

Pesquisadoras estudam a planta crotalária no combate ao mosquito da dengue

Publicado 8/23/2020, 8:36:03 PM, última modificação 10/31/2022, 9:17:34 AM

Mesmo com a população em alerta para a Covid-19, o Estado do Paraná ainda registra aumento de casos de outra doença: a dengue. O informe do mês de agosto, por exemplo,  inicia o período com 79 novos casos confirmados, em 29 municípios. São 484 notificações e 350 casos em investigação. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), o último período, de 2019/2020, foi o de maior registro de casos, finalizado com 227.724 confirmações e 177 óbitos.

Com a planta, não foi registrada a presença do mosquito (Foto: Freepik)

Para combater o mosquito transmissor da doença, uma planta usada pela agricultura para adubo do solo e fixação de nitrogênio é agora estudada para servir de combate ao Aedes aegypti. Trata-se da espécie de plantas Crotalária, utilizada principalmente em canaviais como o chamado “adubo verde”.

Quem está à frente deste estudo é a estudante de Ciências Biológicas do Câmpus Santa Helena, Barbara Clara Schneider, orientada pelas professoras Denise Lange e Adriana Maria Meneghetti. O projeto teve inicio em 2016, quando a crotalária foi distribuída no município de Missal, região Oeste do Paraná e vizinho à Santa Helena.  

De acordo com as pesquisadoras, o combate se dá de forma indireta já que plantas do gênero Crotalária, mais especificamente Crotalaria spectabilis, podem atrair inúmeros insetos e outros artrópodes que servem de alimento para libélulas, umas das principais predadoras de adultos e de larvas de Aedes.

“Sou agente de endemias e havia essa dúvida, será que ela é eficaz nisso? Ela atrai uma grande quantidade de artrópodes e, como a libélula é uma predadora, estará buscando a crotalária por causa dessa grande quantidade?”. Essas eram as perguntas da aluna Barbara que a motivaram a realizar os estudos. “Tendo maior quantidade de alimento, as libélulas poderiam aumentar suas populações, aumentando assim as chances de predar os mosquitos”, afirma a pesquisadora.

O estudo da acadêmica é o primeiro a analisar esta espécie para isso e pode auxiliar prefeituras e órgãos públicos a incentivar o plantio de crotalárias nas áreas urbanas.

A Prefeitura de Missal, por exemplo, autorizou a estudante a realizar a pesquisa em duas áreas próximas ao Lago Municipal da cidade. Os estudos já estão em andamento com o plantio e coleta de dados, desde 2018. Quase 15 mil artrópodes foram registrados forrageando sobre Crotalaria spectabilis, com registro de libélulas e sem a presença do mosquito Aedes.

Dengue no Paraná

A Sesa monitora os dados da dengue no Paraná desde 1991. O primeiro boletim apresentou 161 notificações, 16 casos confirmados sendo que todos foram importados, os pacientes foram infectados fora do Paraná. O primeiro informe não teve registro de óbitos.

O ano de 2007 marcou a primeira grande epidemia de dengue no Paraná. Foram mais de 50 mil notificados, cerca de 26 mil casos confirmados e sete pessoas morreram. E, em 2019/2020, registrou 227.724 confirmações e 177 óbitos.

 “Mesmo diante da pandemia da Covid-19 não podemos nos descuidar da dengue, que se mantém como uma das maiores preocupações do Governo do Estado; nossa mobilização para combater a proliferação do mosquito transmissor da doença é permanente, com apoio às ações em todos os municípios”, afirma o secretário da Saúde, Beto Preto, durante a divulgação do último boletim de agosto.

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