Pesquisadores analisam presença de fungos em cooperativa de reciclagem
Mensurar os poluentes em ar de um ambiente de cooperativas de reciclagem é o objetivo da pesquisa realizada pela estudante de mestrado em Engenharia Ambiental do Câmpus Londrina da UTFPR, Caroline Fernanda Hei Wikuats. O trabalho é orientado pelas professoras Leila Droprinchinski Martins e Kátia Valéria Marques Cardoso Prates.
Elas escolheram uma das sete cooperativas da região de Londrina para realizar as medições de material particulado e coletaram amostras de fungos e bactérias, medindo as concentrações de partículas presentes no ar dentro e fora dos barracões.
Segundo a pesquisadora Caroline, os materiais reciclados nem sempre são enxaguados em casa pela população, por isso, chegam às cooperativas e podem ficar por meses até serem segregados, gerando bactérias e fungos. “Eles acabam sendo liberados em forma de aerossol (pequenas partículas de líquido ou sólidos, ou ainda a junção das duas fases, que são liberadas no ar) quando são manuseados, ou seja, quando os cooperados abrem os sacos para separar os resíduos, por exemplo", destacou a mestranda.
As amostras são coletadas em placas de vidro com meios de cultura e ficam expostas dentro e fora do barracão. Em seguida, as placas são levadas para o laboratório e colocadas em uma estufa para analisarem o crescimento dos micro-organismos. “Com esse resultado é possível ter uma noção da quantidade de bactérias e fungos no ar da cooperativa", completou Caroline.
As concentrações de material particulado atmosférico fino (MP2,5) foram amostradas simultaneamente dentro e fora dos barracões com monitores portáteis por 60 minutos com medidas a cada 1 minuto.
Outra informação que a pesquisa pretende identificar é a relação destes poluentes com marcadores inflamatórios sanguíneos. Por isso, no final do ano passado, foram coletadas amostras de sangue dos cooperados (denominado de grupo exposto) e de servidores e alunos da UTFPR (denominado de grupo controle), com a colaboração dos professores da Universidade de Londrina (UEL) Marcos Ribeiro e Andrea Simão. “Agora, com as medições do ar, será feita uma comparação para verificar se eles podem estar relacionados. Dependendo do resultado que obtivermos, e se a qualidade do ar não estiver boa, poderemos dar sugestões de como lidar com isso", explica o pesquisador colaborador do estudo na UTFPR, Eduardo Duarte.
De acordo com a resolução de 9 de janeiro de 2003, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o valor máximo recomendável para contaminação microbiológica causada por fungos deve ser < 750 unidades formadoras de colônia (UFC) por metros cúbicos. Já a Organização Mundial de Saúde determina 500 UFC/m3 e 25 ug/m3para o MP2,5.