Pesquisadores estudam o bambu para manejo, estruturas e alimentação
Um grupo de pesquisadores do Campus Dois Vizinhos está atuando na Fazenda Experimental da Universidade, desde 2014, com estudos envolvendo implantação e o manejo do bambu. A iniciativa começou no ano anterior com o trabalho de professores e alunos do campus, e apoio do Campus Pato Branco.
A espécie do bambu gigante (Dendrocalamus Giganteus) foi então plantada na região e diversos estudos tiveram início como pesquisas relacionadas ao seu crescimento, qualidade do solo, nutrição das plantas, qualidade dos colmos (caule) para usos diversos, como na construção civil e construção rural, por exemplo. Recentemente, também iniciaram os as investigações sobre a qualidade do broto e o seu uso na alimentação (in natura ou em farinha), na indústria de cosméticos, entre outros.
Os pesquisadores querem auxiliar a comunidade como uma alternativa de renda, além de funcionar como um laboratório de pesquisas na área para estudantes e professores.
Todas as atividades de implantação e manejo vêm sendo realizadas entre a Fazenda Experimental do campus, através de seus colaboradores e equipamentos, e os estudantes de graduação em Engenharia Florestal, bolsistas de iniciação científica, tecnológica e de extensão da UTFPR.
“Práticas como adubação, controle de pragas e plantas competidoras, podas, entre outras, são realizadas rotineiramente”, explica o coordenador do projeto Eleandro José Brun.
Os pesquisadores já identificaram, por exemplo, que a espécie precisa de um solo menos fértil e com pouco adubo, já que a própria planta se alimenta do material em decomposição que ela mesma deposita no solo.
“Estudamos ainda qual o melhor manejo desta espécie, para que o produtor possa efetuar a colheita dela todos os anos”, complementa o pesquisador Brun.
O grupo de pesquisa estuda também o comportamento da espécie bambu gigante na condição de clima e solo da região Sudoeste, e as relações ambientais entre bambu x solo, bambu x água, bambu x fauna, para conhecer as interações ambientais da espécie.
“Através de parcerias com produtores da região, trocamos conhecimento sobre a espécie e, muitos deles, nos procuram sobre qual a orientação precisam para o manejo, para cultivá-los, além de mudas para iniciarem a sua plantação”, detalha o professor.
Outra área estudada pelo grupo é com relação às propriedades físicos mecânicas dos colmos e seu potencial de uso como material de alta resistência em substituição ao aço, madeira e até mesmo ao plástico em indústrias de construção civil e em estruturas de propriedade rural.
“Identificamos a possibilidade de produção de materiais rústicos com alto valor agregado nas áreas de construções rurais, como cercas, estufas e galpões; na construção civil, em sua forma pura ou em mistura a outros materiais como concreto, por exemplo”, afirma.
Além do professor Eleandro José Brun, fazem parte do projeto os professores Fabiano Ostapiv (Campus Pato Branco), Edgar de Souza Vismara, Elisandra Pocojeski, Andreia Anschau, Paula Fernandes Montanher, Milene Oliveira Pereira; e os estudantes Ciro Duarte de Paula Costa, Carolina Bonk, Luan Luchese e Amanda Patrícia Marcos. A equipe também conta com o apoio da engenheira florestal Valéria Mariano da Silva.