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PPGEC/UTFPR terá câmaras climáticas de baixo custo para estudos

PPGEC/UTFPR terá câmaras climáticas de baixo custo para estudos

Publicado 12/11/2017, 1:41:37 PM, última modificação 4/5/2018, 2:25:43 PM

De forma inédita no país, estão sendo construídas na sede Ecoville do Câmpus Curitiba duas câmaras climáticas de baixo custo para estudos de conforto ambiental e arquitetura bioclimática. A iniciativa é parte de um projeto desenvolvido pelo Grupo de Trabalho Câmara Climática, liderado pelo professor Eduardo Krüger, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC).

Duas câmaras climáticas estão sendo construídas na sede Ecoville do Câmpus Curitiba (foto com perspectiva)

A ideia surgiu após a constatação da inexistência de câmaras climáticas dedicadas ao estudo do conforto ambiental e da escassez de pesquisas nessa área no Brasil. Um dos motivos para isso é a questão financeira. Normalmente, a construção de uma câmara climática demanda investimentos na ordem de R$ 1,2 milhão a R$ 6 milhões. Por sua vez, o projeto desenvolvido na UTFPR busca construir uma câmara com investimentos inferiores a R$ 100 mil.

Pouco realizado no Brasil, o estudo do conforto ambiental é mais frequente em países desenvolvidos. A Alemanha, por exemplo, conta com uma moderna câmara climática do Karlsruhe Institute of Technology, denominada Laboratory for Occupant’s Behaviour, Satisfaction, Thermal comfort, and Environmental Research (LOBSTER), onde o professor Krüger teve a oportunidade de realizar pesquisas em 2014 e 2015, durante o pós-doutorado. O LOBSTER, inclusive, serviu como referência para a construção das câmaras climáticas no Câmpus Curitiba.

O estudo do conforto ambiental se justifica em um cenário em que as pessoas têm passado cada vez mais tempo no interior de edificações, permanecendo cerca de 70% do tempo em ambientes internos. “É nesse contexto que se destaca a importância do conforto ambiental e sua influência nos mais variados aspectos, desde o humor à produtividade do indivíduo”, explica o pesquisador.

Além do professor Krüger, o GT Câmara Climática, que visa explorar as possibilidades de estudos com a câmara climática, é composto atualmente por Livia Yu Iwamura Trevisan, doutoranda do PPGEC, Cíntia Akemi Tamura, pós-doutoranda do PPGEC, Daniele Abe Ribeiro, mestranda do PPGEC, e Beatriz de Lyra Monteiro Gomes, aluna de Arquitetura e Urbanismo do Câmpus Curitiba e bolsista de iniciação científica.

Execução das câmaras

Cada câmara está sendo construída a partir da adaptação de um container de 10 pés em um escritório de aproximadamente cinco metros quadrados. A instalação de um aparelho convencional de ar condicionado permitirá controlar as condições internas de temperatura e umidade e uma estrutura rotacionável possibilitará a realização de testes de orientação solar.

Os recursos para a execução da câmara climática viriam inicialmente do Edital Universal MCTI/CNPq nº 01/2016, ao qual o professor Krüger submeteu o projeto “Construção de câmara climática para experimentos nas áreas de conforto ambiental e arquitetura bioclimática”. Aprovado em dezembro de 2016, com valor concedido de R$ 83.246,00, o projeto ainda não obteve a liberação do auxílio financeiro. Assim, a saída para viabilizar a pesquisa foi buscar parcerias com a iniciativa privada.

Uma das empresas parceiras é a Delta Containers, que firmou um acordo de cooperação técnica com a UTFPR e é responsável pelo fornecimento e execução das câmaras. O trabalho de execução já foi iniciado em novembro e está sendo realizado na sede da Delta Containers, em virtude da utilização de ferramentas específicas. A previsão de conclusão é fevereiro de 2018 e a instalação na sede Ecoville está programada para o início de março.

Em paralelo, também já começaram a ser executadas as instalações periféricas na sede Ecoville. A fundação foi realizada em novembro, com o auxílio da equipe de manutenção da própria UTFPR. Para aquisição dos materiais para a fundação, foi utilizada parte da verba disponibilizada pelo edital PROPPG/UTFPR nº 07/2017, no qual o professor Krüger foi contemplado com auxílio financeiro de R$ 4 mil. A próxima etapa será a execução das instalações de elétrica e lógica, previstas para fevereiro de 2018.

A construção das câmaras climáticas também está recebendo doações de Painel Wall, da Eternit, de drywall, da Placo Saint-Gobain, e de painel de OSB, da LP Brasil. A doação dos aparelhos de ar condicionado está em tramitação junto a Philco e das ferragens das portas, junto à Pado.

O projeto-piloto da câmara climática considerou o clima de Curitiba, mas, segundo Krüger, a proposta é que a câmara possa ser adaptada a todos os climas do país. “Assim, será possível realizar pesquisas nas mais diversas localidades e comparar resultados”, afirma.

Após construída, a câmara dará sequência e suporte a diversos trabalhos realizados no PPGEC, envolvendo tanto questões de conforto térmico humano como temas ligados ao desempenho térmico, lumínico e eficiência energética de edificações de modo geral. A ideia é também utilizar a plataforma, que é de baixo custo, como modelo a ser replicado por pesquisadores de países em desenvolvimento como o Brasil, onde os recursos financeiros para a realização de pesquisas na área são escassos.

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