Projeto é finalista do prêmio internacional Jovem Empreendedor Florestal
Um projeto desenvolvido no Campus Dois Vizinhos é o finalista brasileiro do Prêmio Jovem Empreendedor Florestal (JEF). O “Caule Forme” é realizado desde 2020 pelos estudantes Davidson da Silva Novaes atualmente no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (PPGSIS), Pedro Henrique Silva Almeida, no curso de Engenharia de Software, e orientado pelos professores de Engenharia Florestal, Eleandro José Brun (orientador) e Veridiana Padoin Weber (coorientadora).
O objetivo dos estudos é propor um método inovador de medições de árvores e florestas. Com uma ferramenta que facilite a mensuração do estoque de madeira, uma das etapas mais importantes do manejo de florestas, a equipe propõe que o processo de cálculo fique mais ágil e barato, comparado aos métodos tradicionais, cujos custos são muito elevados e com múltiplas etapas.
“A relação entre a sociedade e as florestas como fonte de recurso é muito antiga, passa por períodos primitivos e avança até a sociedade moderna, porém, mesmo com todo avanço no uso de recursos florestais, o progresso na forma de mensuração não teve o mesmo desempenho”, explica o professor Eleandro Brun.
A ideia é que a ferramenta facilite o cálculo de madeira cortada em caso de desmatamento ilegal em variados tipos florestais, permitindo entender a quantidade de madeira que foi removida e deverá ser compensada no processo de mitigação da ação ilegal. “Assim como a quantificação da produção de madeira em planos de manejo florestal sustentável, legalmente realizados, e em florestas plantadas por produtores, que demandem conhecer o seu estoque para venda e geração de renda no empreendimento", completa.
A ferramenta usa modelagem matemática, via modelos de regressão, para ajustar as informações coletadas a campo e geração das informações que são necessárias ao proprietário da floresta para planejar seu manejo. Segundo o pesquisador, cada espécie e idade (em florestas plantadas) ou tipologia e estágio sucessional (em caso de florestas nativas) terão modelos específicos, ajustados a cada caso. “A ferramenta possibilita ao manejador da floresta obter informações instantâneas, tanto qualitativas como quantitativas, da sua floresta, visando a tomada de decisão sobre os usos a serem dados para cada árvore, tanto diretos quanto indiretos”, completa Eleandro Brun.
Outro possível problema que poderá ser solucionado com a técnica, segundo o pesquisador, é a redução de custos para estudos de base para o mercado de carbono, melhorando o custo benefício dessa atividade, tendo em vista que os custos com o monitoramento e validação dos créditos de carbono representam cerca de 70% do valor de comércio.
Prêmio
A premiação é promovida desde 2014 pela Organização Internacional Reforestamos, México. Neste ano, a premiação está focada na transformação local através de empreendimentos florestais, em preparação para a Agenda 2030 da ONU.
Ao todo, 57 projetos com 1590 estudantes e 59 docentes foram inscritos e o projeto da UTFPR está entre os sete finalistas, único do Brasil. A premiação final será divulgada no dia 09 de junho.