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Projeto é selecionado entre os 20 do Brasil a receber investimentos do Instituto Serrapilheira

Projeto é selecionado entre os 20 do Brasil a receber investimentos do Instituto Serrapilheira

Publicado 7/1/2024, 10:44:31 AM, última modificação 7/1/2024, 10:50:01 AM
O projeto é do pesquisador do Campus Santa Helena , Alessandro Samuel-Rosa, e as pesquisas serão realizadas no Laboratório de Pedometria

Foto: Freepik

O projeto do pesquisador do Campus Santa Helena , Alessandro Samuel-Rosa, foi selecionado entre os 20 do país a receber financiamento do Instituto Serrapilheira. O trabalho "Quanto carbono orgânico os solos brasileiros perderam devido às mudanças na cobertura e uso da terra ao longo de mais de cinco séculos de exploração ambiental?" concorreu com outras 487 propostas na 7ª Chamada Pública de Apoio à Ciência.

As pesquisas serão realizadas no Laboratório de Pedometria do Campus e, segundo o professor Alessandro, pretendem reconstruir a história do estoque de carbono dos solos (COS) brasileiros desde 1500, utilizando dados de solo e satélite, conhecimento pedológico e inteligência artificial.

A iniciativa tem como objetivo apoiar jovens cientistas com projetos nas áreas de ciências naturais, matemática e ciência da computação.

De acordo com mapeamento do MapBiomas Solo em sua coleção beta de mapas anuais de estoque de COS, publicada em junho de 2023, os estoques de carbono orgânico do solo (SOC) no Brasil totalizam 37 Pg nos primeiros 30 cm do solo.

“Contudo, após cinco séculos de exploração ambiental, o país perdeu um terço de sua vegetação nativa, especialmente no Bioma Mata Atlântica, onde as condições são ideais para a formação de solos orgânicos e pretos. Portanto, é provável que os solos brasileiros em condições naturais tenham armazenado muito mais SOC do que hoje, mas ainda não se sabe quanto”, explica.

Samuel-Rosa parte da hipótese de que os solos brasileiros perderam pelo menos 1/3 de seu SOC desde 1500, com o Bioma Mata Atlântica atuando como o principal reservatório de SOC na época. Para testar essa hipótese, o projeto elaborará uma série temporal de mapas de estoque de SOC em todo o Brasil, abrangendo o período de 1500 até o presente.

A equipe de pesquisa utilizará dados e ferramentas gratuitas e abertas para a criação dos mapas de estoque de SOC.

“A análise de cinco séculos de informações sobre o estoque de SOC permitirá reconstruir as transformações do território brasileiro, desde o desmatamento até a expansão de áreas urbanas e a evolução das práticas agrícolas e de manejo do solo. Esses dados inéditos têm o potencial de revolucionar a contabilidade de gases de efeito de estufa gases de efeito de estufa no Brasil, subsidiando a formulação de políticas climáticas mais eficientes”, afirma o pesquisador.

O projeto aponta o Bioma Mata Atlântica como prioridade para ações de sequestro de carbono, podendo resultar em políticas de proteção mais rigorosas, considerando a alta densidade populacional nesse bioma (cerca de 70% da população brasileira).

Os resultados também auxiliarão na validação de modelos que simulam a dinâmica da ciclagem de SOC sob diferentes condições climáticas e padrões de uso do solo e contribuirão para o desenvolvimento de programas mais eficientes de monitoramento e amostragem de solos em todo o território nacional.

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