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UTFPR e apicultores buscam reconhecimento da indicação geográfica ao mel de Capanema

UTFPR e apicultores buscam reconhecimento da indicação geográfica ao mel de Capanema

Publicado 5/9/2025, 1:46:47 PM, última modificação 5/9/2025, 2:10:49 PM
Universidade fez análises laboratoriais para indicar as características únicas do produto

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) busca o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) do mel que é produzido pela Associação dos Apicultores de Capanema e Região (Apic). A solicitação foi protocolada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), com o apoio da Universidade. Caso o pedido seja atendido, o produto terá uma chancela das características específicas, o que poderá elevar os rendimentos da associação.

Os apicultores, junto ao Sebrae, queriam verificar se havia a possibilidade do reconhecimento do mel de Capanema. Então, a Apic e a prefeitura firmaram um acordo de cooperação técnica com a UTFPR, para início da pesquisa em 2022. A Universidade analisou amostras de mel dos estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Com isso, o mel foi identificado como único, por ser proveniente de abelhas que interagem com a mata nativa, sendo facilmente reconhecido por sua coloração clara e sabor mais suave. “As principais diferenças do mel de Capanema são decorrentes das floradas presentes no Parque Nacional do Iguaçu e entorno do Rio Iguaçu”, explica a docente do Campus Dois Vizinhos que atua como responsável técnica do Laboratório Multiusuário de Biotecnologia Ambiental e Alimento (Labia), Milene Oliveira Pereira.

Com base nos resultados das análises, os pesquisadores da UTFPR elaboraram um relatório técnico para envio ao Inpi, apontando as propriedades específicas do mel. Com a obtenção do selo IG, na modalidade Denominação de Origem, o produto receberá uma espécie de autenticação e proteção do território de produção.

Para a professora, as propriedades produtoras estão inseridas em um território propício para a geração do produto. “Neste terroir, a fauna e flora são riquíssimas e impactam na produção de mel, na coloração, na textura e no sabor, a partir de floradas específicas, como o louro branco e cambará, com predominância dessas espécies em novembro e dezembro”, explicou a pesquisadora.

A associação produz 60 toneladas de mel anualmente e já comercializa o produto para outros estados. Com o selo IG, cuja concessão pode levar até dois anos, a perspectiva é expandir as vendas. “O fato de os apicultores terem procurado a Universidade demonstra esse carácter social que temos, de atender às demandas da comunidade externa. Com a documentação que levantamos, esperamos que eles conquistem a IG e fortaleçam a associação”, diz Milene.

Foto: Carina Pelegrini/Agência Sebrae

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