Formação e Desenvolvimento
O Crea-PR começa a receber registros dos formados na primeira turma de Engenharia Química de curso presencial do sudoeste do Paraná, na UTFPR – Câmpus Francisco Beltrão. Três meses depois, parte dos 17 novos profissionais optou pela área de pesquisa, enquanto outros estão atuando em indústrias da região e até de outros estados. A presença desses jovens projeta novas possibilidades de desenvolvimento econômico, para literalmente, um período de transformações.
O Engenheiro Químico William Cézar Pollonio Machado, agente profissional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e professor da UTFPR – Câmpus Pato Branco, explica que a Engenharia Química é uma área marcada pela versatilidade, pois está atrelada à transformação de matérias-primas.
“Qualquer matéria-prima que você pensar que será transformada, seja utilizando calor, transporte, modificações, tratamentos físico-químicos, químicos, envolve a presença do Engenheiro Químico. É uma carreira típica de regiões desenvolvidas”, aponta William Machado, também Conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).
“É uma modalidade de Engenharia que tem alto fator no índice de desenvolvimento de uma região porque vai contribuir com a melhoria dos processos de produção e da qualidade dos produtos gerados”, completa William.
Segundo o Conselheiro do Crea-PR, a atuação dos Engenheiros Químicos poderá mudar a realidade da região, que tem vocação para produzir matérias-primas, mas não transformá-las em produtos com maior valor agregado.
“A vantagem de ter um curso desta natureza no Sudoeste é que, de início, contribuirá para a melhoria da qualidade dos processos, depois abrirá possibilidade de implementação de outras atividades que até então vinham se desenvolvendo com dificuldade, por não haver profissionais da área na região”, prevê o Engenheiro Químico.
O coordenador de Engenharia Química da UTFPR – Câmpus Francisco Beltrão, Engenheiro Químico Douglas Junior Nicolin, conta que o curso teve início em 2014 e tem aspecto generalista.
“Nossa formação permite que o profissional possa trabalhar em qualquer empresa que atue com o processamento de matéria-prima visando transformação em produtos de valor agregado”, define Nicolin.
Perspectivas de futuro
Para Nicolin, a modalidade tende a crescer em importância, com as mudanças na visão empresarial e social. “Hoje, a produção tem que ter como carro-chefe a sustentabilidade. Sabemos como produzir, mas agora é preciso fazer isso com a menor emissão possível de poluentes e com sustentabilidade”, contextualiza o coordenador do curso de Engenharia Química.
Thainá Louise Filachowski, que é natural de Pato Branco, conta que fazer parte da primeira turma de Engenharia Química da UTFPR, em Francisco Beltrão, foi “um grande desafio” e tem visão otimista quanto ao futuro da profissão que escolheu. “Com a quarta revolução industrial, as empresas buscam profissionais que tenham visão estratégica e inovadora, de forma a garantir a competitividade. O papel do Engenheiro Químico nesse cenário reside em contribuir para a solução de desafios, como um profissional de amplo conhecimento e capacitação sobre diversas áreas.”
De Peruíbe, litoral de São Paulo, Caroline dos Santos Ribas também integra a primeira turma de Engenheiros Químicos. Ela foi estagiária em um abatedouro de aves em Itapejara d’Oeste.
Caroline avalia positivamente o curso concluído na UTFPR e adianta que pretende continuar trabalhando na região Sudoeste. “Em Peruíbe, não há indústrias. Eu teria que buscar oportunidades em outros locais e o campo de trabalho aqui é muito maior”, afirma a Engenheira Química.
Números do Crea-PR
Na região Sudoeste, há 39 Engenheiros Químicos com registro no Conselho: 19 na Inspetoria de Pato Branco; 15 na Inspetoria de Francisco Beltrão; três na Inspetoria de Realeza; e dois na Inspetoria de Palmas. A Regional Curitiba é a que tem mais Engenheiros Químicos, 1.072. Ao todo, são 2.641 profissionais registrados no Crea-PR.
O curso no Sudoeste
A primeira turma de Engenharia Química teve início em março de 2014. O curso na UTFPR – Câmpus Francisco Beltrão tem cinco anos de duração, em tempo integral (matutino e vespertino). São 44 vagas semestrais. Não há vestibular, as vagas são definidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), programa do Ministério da Educação (Mec). A colação de grau da segunda turma está marcada para 31 de agosto deste ano.
Créditos: Assessoria Crea-PR