Egressa da UTFPR desenvolve APP para prevenir dores na lombar em militares
Uma egressa da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) lançou um aplicativo para que qualquer pessoa tenha acesso a exercícios isométricos voltados ao fortalecimento da musculatura do tronco. A plataforma Strong Core atualmente é um projeto incubado na Sprint do Campus Curitiba , que apoia o desenvolvimento de soluções tecnológicas com potencial de impacto social.
A ferramenta foi criada pela ex-aluna da graduação e do mestrado em Educação Física da UTFPR, Elisangela Franciele Rezende. Durante os dois cursos, sob a orientação do professor Anderson Caetano Paulo, ela se dedicou à pesquisa sobre o desenvolvimento e a aplicação do aplicativo para a prevenção e o monitoramento de dores musculoesqueléticas. A pesquisa começou ao verificar altos índices de dor lombar entre servidores estaduais militares. A coleta de dados foi realizada por meio de um convênio com a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp).
A ideia inicial da pesquisadora e do orientador era criar um guia impresso com orientações sobre como prevenir dores lombares. O plano mudou ao perceberem que uma solução digital seria mais eficaz para democratizar o acesso à informação. “Também foi identificado que grande parte dos afastamentos do trabalho por motivos de saúde, entre os militares, está relacionada à dor na região lombar. Então, para evitar esses afastamentos ou prevenir que a dor se torne crônica, os exercícios podem ser úteis. O objetivo é monitorar e mitigar as dores”, explica Elisangela.
Os resultados permitiram que a pesquisa deixasse o meio acadêmico para ir em direção ao empreendedorismo. Agora, o Strong Core é um dos produtos que está na incubadora Sprint do Campus Curitiba . Durante todo o processo de incubação, a UTFPR pode oferecer infraestrutura e suporte para impulsionar o empreendimento.
Desenvolvimento
Durante o mestrado, a pesquisa avançou para a etapa de validação e testes do aplicativo, com 28 policiais da Polícia Militar do Paraná (PMPR), com idades entre 21 e 60 anos. O critério de seleção da amostra foi a apresentação de dor lombar, em nível leve a moderado. O grupo recebeu um smartphone com o aplicativo instalado para realizarem a intervenção. Na ferramenta, eles puderam realizar um programa de treinamento, baseado em um protocolo de nove semanas, com três sessões semanais de aproximadamente 15 minutos cada. A análise dos dados apontou redução das dores em diversas regiões do tronco, além de uma taxa de retenção de 85,71% entre os participantes. “O aplicativo pode ser uma ferramenta complementar para mitigar dores musculoesqueléticas, com potencial para reduzir o presenteísmo e o absenteísmo entre os agentes de segurança pública”, destaca Elisangela.
O projeto contou com a integração acadêmica, com a colaboração de diversos cursos e profissionais, incluindo os professores de Engenharia Eletrônica Robinson Vida e Danillo Belmonte, que ministram a disciplina de Programação de Dispositivos Móveis do curso. Além disso, também houve a participação do bolsista Lucas José Barszcz, de Sistemas de Informação, na segunda etapa do trabalho. A proposta também foi aprovada por policiais da Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico e Qualidade da PMPR.