Pesquisador da UTFPR produz zeólitas a partir de resíduos industriais

Uma pesquisa feita pelo professor Murilo Pereira Moisés, da UTFPR, usa resíduos industriais para produção de zeólitas. A técnica foi desenvolvida no Campus Apucarana e implementada em uma organização parceira.
Em parceria com a empresa Antares Reciclagem, o docente implantou a primeira planta industrial para a síntese de zeólitas, que são minerais utilizados em vários produtos, como os materiais de limpeza. Como não há produção nacional, o produto precisa ser importado. Por isso, o pesquisador propôs a geração das zeólitas em grande escala a preços competitivos no Paraná. “Como não há fábricas no Brasil, o valor das zeólitas oscila de acordo com a variação do câmbio e diversos outros fatores. Produzir em território nacional abre possibilidades interessantes porque é um mercado muito abrangente”, analisa Murilo Moisés.
A nova estrutura permite que a realização de todas as etapas da produção, com a separação de resíduos por categoria e composição. Com isso, o objetivo é que a indústria e a academia encontrem soluções para aumentar a sustentabilidade. “Além de ser um processo ‘ecoamigável’ também é uma técnica que diminui a pegada de carbono das empresas”, destaca o pesquisador.
O docente estuda a produção de zeólitas há 15 anos e faz pesquisa com resíduos industriais há três anos para sanar lacunas do mercado. “Nosso grupo de pesquisa existe para entregar soluções viáveis para a indústria, ou seja, dar retorno para a sociedade e criar tecnologias que realmente saiam do papel”, explica o pesquisador.
O trabalho foi desenvolvido em um grupo de pesquisa em conjunto com o professor Fabrício Maestá Bezerra. A iniciativa é dedicada a apresentar soluções para problemas globais por meio de técnicas escaláveis e com grande viabilidade, aproximando a academia do mercado. Neste ano, o produto recebeu patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
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O projeto da UTFPR, desenvolvido junto com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), foi um dos premiados no Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), entre as 10 das 105 propostas selecionadas. Com isso, receberá aporte de R$ 200 mil para continuidade dos trabalhos. Este é o segundo ano que Murilo Moisés obtém a aprovação de projetos no Prime, com objetivo de produzir materiais de alto valor agregado usando resíduos como matéria-prima.