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Produto que substitui o gesso na construção civil é um dos finalistas do Prime 2024

Produto que substitui o gesso na construção civil é um dos finalistas do Prime 2024

Publicado 10/23/2024, 7:49:00 AM, última modificação 10/23/2024, 7:52:14 AM
Tecnologia de silicato de cálcio pode substituir gesso na construção civil, tornando obras mais sustentáveis e duráveis

Foto: Freepik

Um dos projetos finalistas do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) 2024 é o silicato de cálcio aplicado como tecnologia alternativa ecológica e sustentável para substituição do uso de gesso na indústria de construção civil. O produto foi desenvolvido pelo pesquisador do Campus Curitiba , Antonio Verguetz, e receberá R$ 200 mil para fomentar o desenvolvimento e desdobramento da solução inovadora.

Ao todo, 105 propostas concorreram ao programa, sendo dez selecionadas como finalistas e, destas, cinco são da UTFPR.

A pesquisa utilizando o silicato de cálcio começou a ser realizada pelo pesquisador em outra solução, no âmbito dos trabalhos voltados para impressão em 3D, área de atuação do pesquisador, que é um dos sócios da empresa Startup Regenera, incubada pela UTFPR em Curitiba .

“Antes de ingressar em minha pesquisa de pós-doutorado, a ideia era fazer um material para uso na área da saúde, com foco em reconstrução óssea. Para minha surpresa, os testes preliminares revelaram um material com a aparência de gesso, porém, com propriedades muitos superiores, tendo uma melhor resistência mecânica ao impacto, ao calor e à umidade. Foi aí que o interesse se ramificou, tendo uma frente de pesquisa para área da saúde e outra para construção civil”, explicou Verguetz.

O gesso, embora seja reciclável, tem baixo índice de reaproveitamento em comparação a outros materiais. Segundo o pesquisador, o material é cada vez mais utilizado na construção civil, mas a grande maioria do mineral de origem (gipsita) é extraído e processado no estado de Pernambuco, o que acarreta altos custos de transporte para as demandas do Paraná, por exemplo.

“As tendências globais projetadas para os mercados de bens de consumo e construção civil convergem para um forte aumento da demanda de produtos ambientalmente sustentáveis, que incorporem tecnologias capazes de atender altos padrões de qualidade e eficiência”, destaca.

Propriedade Intelectual

Com os resultados da pesquisa, foi criado o “SILIMAT”, marca do produto inovador que já tem protocolo de registro no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e significa “material composto por silicatos”. A ideia do produto e o desenvolvimento da pesquisa foi de Verguetz, mas o time da Startup Renegera da UTFPR, deu suporte para que a premiação fosse conquistada.

Além de Antonio Verguetz, que foi o pesquisador responsável pela pesquisa submetida ao Prime, também atuaram o professor David Kretschek na coordenação administrativa; os egressos Felipe Mateus e Bruno Benegra, sócios da Regenera, na modelagem computacional; Ian Lages, no design de produto e a advogada Camila Moreira, responsável pelos trâmites junto ao INPI.

“Por falta de opções competitivas nacionais, há no mercado alguns produtos extremamente agressivos ao Meio Ambiente. O SILIMAT consiste em um tipo de silicato de cálcio, produzido majoritariamente a partir de carbonatos de cálcio, sílica e argilominerais, presentes em minerais extremamente baratos e disponíveis no estado do Paraná, podendo ser ou não reforçado por fibras para atender às aplicações onde se tem maiores solicitações mecânicas”, diz Antonio Verguetz.

Uso nas construções

O pesquisador cita as multifunções do produto: pode ser usado na fabricação de blocos de construção, placas para forros, sancas e molduras, rebaixamento de tetos, interiores de churrasqueiras, revestimento de paredes e divisórias (substituindo o drywall de gesso acartonado) e para aplicações técnicas, como em tubulações de ar-condicionado, enchimento para portas de incêndio ou corta-fogo e climatização de ambientes.

Atualmente, a Regenera está em fase de negociações com construtoras e incorporadoras para que o SILIMAT seja utilizado em suas obras e disponibilizado no mercado.

“Com a iniciativa de apoiar a proposta de um novo espaço para pesquisa e desenvolvimento de materiais e produtos na UTFPR, a previsão é que no primeiro semestre de 2025 sejam iniciados trabalhos para construção de uma miniplanta piloto para produção, testes e prospecção de novas aplicações do SILIMAT”, completa o professor David Kretschek.

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