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Operação Amazonas

Operação Amazonas

Publicado 9/15/2025, 4:16:39 PM, última modificação 9/16/2025, 5:19:57 PM
UTFPR-PB leva conhecimento e cidadania ao Amazonas com o Projeto Rondon

Entre os dias 8 e 27 de julho de 2025, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Pato Branco (UTFPR-PB) esteve representada na Operação Amazonas, do Projeto Rondon, iniciativa do Governo Federal coordenada pelo Ministério da Defesa que visa promover cidadania, inclusão social e desenvolvimento sustentável em comunidades brasileiras. A ação ocorreu no município de Manaquiri (AM), envolvendo oito estudantes e duas professoras do campus.

Destaque nacional

Este foi o oitavo projeto aprovado da UTFPR-PB no âmbito do Rondon. A proposta submetida pelo campus conquistou o primeiro lugar nacional no Conjunto B – que reúne ações nas áreas de comunicação, meio ambiente, trabalho, tecnologia e produção – em um dos editais mais aguardados e concorridos por instituições de ensino superior de todo o país. A UTFPR-PB foi o único campus da UTFPR aprovado nesta categoria, além de outras 11 instituições selecionadas em nível nacional.

Oficinas e impacto na comunidade

Durante três semanas, a equipe desenvolveu um conjunto de 138 oficinas, que alcançaram 3.431 participantes diretos e beneficiaram cerca de 11,4 mil cidadãos em comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas de Manaquiri. O nível de aprovação foi expressivo: 99,23% de satisfação entre os participantes.

As oficinas foram estruturadas em quatro grandes áreas de atuação:

  • Comunicação: a arte de contar histórias, educação financeira e oficinas de expressão;
  • Meio ambiente: jardins comestíveis, educação ambiental para crianças, qualidade da água e tratamento de esgoto;
  • Trabalho: empregabilidade, empreendedorismo, artesanato, associativismo e cooperativismo, capacitação de merendeiras, fabricação de sabão e sabonetes, produção de geleias e compotas, hortas familiares e compostagem;
  • Tecnologia e produção: introdução às TICs, pensamento computacional, desenvolvimento de jogos digitais, internet das coisas (IoT), design de rótulos, rotulagem e oficinas de instalações elétricas.

Essas ações possibilitaram um intercâmbio de saberes entre a universidade e a comunidade local, fortalecendo o vínculo social, a autonomia das famílias e a valorização dos conhecimentos tradicionais.

Um dos destaques que surgiu durante as oficinas foi a criação do Manah-Krikri, um doce feito com tucumã e açúcar. A ideia simples transformou-se em oportunidade de geração de renda e valorização cultural. Entre as versões produzidas em diferentes locais, a preparada com o fruto da Aldeia Kainã, do povo Munduruku, destacou-se como uma das melhores em sabor. O nome do doce carrega referências indígenas: Manah significa “planta medicinal” e Krikri se assemelha a Kiri, que quer dizer “formiga da cabeça pequena”, em alusão ao município de Manaquiri, cujo nome possui o mesmo significado. Outras oficinas, como as de design de rótulos e rotulagem, também contribuíram com a criação da identidade visual e da embalagem, além de orientações sobre composição financeira e estratégias para o lançamento do novo produto. fruto da Aldeia Kainã, do povo Munduruku

Experiência amazônica

A equipe rondonista da UTFPR-PB foi coordenada pelas professoras Giovana Faneco Pereira (Departamento Acadêmico de Ciências Agrárias – DAGRO) e Raquel Dalla Costa da Rocha (Departamento Acadêmico de Química – DAQUI), e contou com a participação dos(as) estudantes: Diana Nedochetko Strugal (Mestrado em Agronomia), Fernanda Scheibel Nascimento (Agronomia), Higor Henrique da Silva (Química), Jerffeson Kelly Silva (Administração), Juliana Rosanti Kowalski (Engenharia Elétrica), Laura Soares (Engenharia Civil), Laryssa Rayane Zortea (Engenharia da Computação) e Taís Theisen (Letras).

“Ter participado da Operação Amazonas 2025, dentro de um projeto como o Rondon, foi uma sensação indescritível. A ansiedade e o medo de sair da nossa zona de conforto foram rapidamente substituídos pelo carinho, acolhimento e afeto de toda a população amazonense, principalmente dos habitantes de Manaquiri, cidade que nos recebeu com muito afeto desde o primeiro momento, estando conosco nas oficinas, participando e nos permitindo conhecer ainda mais seu dia a dia e seus saberes”, relatou o estudante
Jerffeson Kelly Silva, aluno do curso de Administração.

“Além disso, não posso deixar de agradecer a oportunidade de estar acompanhado pela equipe da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), pelo nosso ‘anjo’ Sargento Secco e, por fim, e não menos importante, à equipe da UTFPR Campus Pato Branco , equipe que se tornou minha família durante toda essa jornada do Projeto Rondon, e da qual afirmo que não são apenas meus colegas, mas sim meus amigos”, continuou o rondonista.

O citado “anjo”, dentro do Projeto Rondon, é um militar graduado do Exército que acompanha as equipes de rondonistas para fornecer apoio logístico, segurança e orientação, atuando como um protetor e facilitador para o bom desempenho das atividades desenvolvidas. No caso do grupo da UTFPR, como citado por Jefferson, o “anjo” foi o  Sargento Secco, que atualmente é 2º sargento de infantaria do Exército Brasileiro (Comdo Fron-RO / 6º BIS).

A rondonista Taís Theisen, do curso de Letras Português-Inglês, também relatou sua experiência: "A minha primeira vivência numa aldeia indígena foi no Rondon. A minha primeira vivência no Amazonas foi no Rondon também. E que vivências espetaculares! Para mim, o Rondon foi um sonho que se tornou realidade com coragem, resiliência e trabalho em equipe, tal como é a atividade das formigas, estas que fortalecem a cultura e tecem histórias no município de Manaquiri. E teceram parte da minha história também. Me percebi ainda mais apaixonada pela língua que nos conecta e a fala espontânea que me fascina. Enxerguei teorias estudadas na universidade ganhando vida na realidade e evidenciei a língua como ferramenta necessária para disseminar arte e ecoar linguagem e literatura. Aos dias intensos de aprendizado, às pessoas que proporcionaram trocas transformadoras (antes, durante e após esta aventura) e à equipe institucional, o meu muito obrigada!"

Durante a Operação, a equipe ficou sediada em Manaus, no 1° Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel (1° BIS Amv), unidade do Exército Brasileiro integrante do Comando Militar da Amazônia. O batalhão foi responsável por fornecer suporte logístico e de segurança às atividades.

As oficinas foram realizadas junto às comunidades ribeirinhas de Barro Alto, Andiroba, Cai n’Água, Vila do Janauacá, Andirobão e Boa Vista, além das aldeias indígenas Fortaleza, Kainã e Monte Sião.

O que é o Projeto Rondon

O Projeto Rondon é uma ação do Governo Federal que une ministérios, instituições de ensino superior, governos estaduais e municipais e as Forças Armadas em uma parceria voltada à promoção da cidadania e à redução das desigualdades regionais. Criado em 1967 e retomado em 2005, o Rondon busca formar jovens universitários como cidadãos conscientes e engajados, integrando-os ao processo de desenvolvimento nacional.

Entre seus objetivos, destacam-se:

  • Contribuir para a formação cidadã do universitário;
  • Estimular a responsabilidade social e coletiva;
  • Incentivar a produção de projetos locais sustentáveis em parceria com as comunidades;
  • Fortalecer a soberania nacional por meio da presença universitária em territórios distantes das políticas públicas.

As operações contam com suporte logístico das Forças Armadas e financiamento do orçamento federal, além de emendas parlamentares e parcerias públicas e privadas.

Histórico da UTFPR-PB no Rondon

A Operação Amazonas marca a oitava participação da UTFPR Pato Branco no Projeto Rondon. Desde 2014, o campus já esteve presente em diferentes regiões do Brasil, em ações que transformaram comunidades e fortaleceram a experiência acadêmica de centenas de estudantes.

As operações realizadas foram:

  • Velho Monge (jan/2014);
  • Mandacaru (jan/2015);
  • Bororos (jul/2015);
  • Serra do Cachimbo (jan/2017);
  • Yaguaru (jan/2020);
  • Amapá (jul/2022);
  • Sentinelas Avançadas (jul/2023);
  • Amazonas (jul/2025).

Um movimento de transformação

Mais do que extensão universitária, o Projeto Rondon é um movimento de escuta, presença e transformação social. Ao conectar o conhecimento acadêmico às realidades locais, valoriza os saberes das comunidades e inspira jovens a se tornarem agentes de mudança. Para os rondonistas da UTFPR-PB, a experiência no Amazonas significou não apenas levar conhecimento, mas também aprender com a força, a cultura e a diversidade da Amazônia.

No dia 20/08, às 18h, no Miniauditório, a Equipe Rondon UTFPR-PB compartilhou as atividades desenvolvidas e os resultados obtidos durante a missão, além de receber os certificados de participação. A UTFPR parabeniza todos os alunos e docentes envolvidos, reconhecendo o empenho, a dedicação e o impacto transformador de suas ações junto à comunidade.

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