Informativo nutricional: A alimentação e a celulite
Em 1920, o termo Lipodistrofia Ginóide, ou vulgarmente conhecido como celulite, foi utilizado para descrever as temidas depressões com aspecto de casca de laranja, presentes principalmente nas nádegas e coxas. É caracterizada por um processo inflamatório do tecido celular com o acúmulo de gordura subcutânea, redução da circulação venosa e influência do hormônio sexual estrogênio que, por sua vez, induz à retenção de líquidos, dificultando a oxigenação de células adiposas e na eliminação de substâncias tóxicas.
Acometem 90% das mulheres, já na adolescência e em todas as raças, havendo também a degradação de colágeno e de glicosaminoglicanos, além de
sofrer influência da idade, hereditariedade, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, tabagismo, inadequado funcionamento intestinal e maus hábitos alimentares.
Com o avanço das pesquisas médicas e do setor de estética corporal, pode-se contar com uma série de tratamentos que tratam e suavizam as indesejadas ondulações na pele, como os cremes, massagens drenantes e aparelhos, cada vez mais comuns em clínicas de estética. Porém, hoje sabe-se do importante papel da alimentação tanto como fator agravante como na prevenção e na melhora da sua aparência.
Em princípio, vamos conhecer as fontes alimentares que agem positivamente sobre os fatores indutores deste terror para a beleza do corpo, agindo na melhora da circulação venosa, drenagem de líquidos e mecanismos anti-inflamatórios e antioxidantes:
- prebióticos, probióticos e fibras alimentares: possuem ação direta na saúde intestinal e no maior controle glicêmico, de forma a atuar na eliminação de toxinas por meio das fezes, além do seu papel sacietogênico e na redução da hipertrofia de células de gordura, auxiliando na redução de peso, além de minimizar o processo inflamatório;
- hidratação: atrai a água para as células, favorecendo as trocas celulares, o transporte de nutrientes pelo organismo e a destoxificação por meio da urina. A ingestão de água deve ser aumentada em dias mais quentes, nos exercícios físicos e gripes ou resfriados;
- potássio: este mineral auxilia na redução da retenção hídrica, eliminando o excesso de líquidos do espaço entre os capilares sanguíneos e as células(espaço intersticial). Assim, favorecem a diminuição do edema. Ex.: abacaxi, melancia, água de coco, banana, folhosos, feijões, melão, mamão, morango, melão.
- silício: este mineral está relacionado à estabilização de glicosaminoglicanos (sustentação estrutural da pele e veiculação de nutrientes), à integridade do colágeno e elastina e à melhora da permeabilidade capilar venosa e linfática, favorecendo a regeneração de fibras elásticas e colágenas, regredindo as formações fibromatosas (os “furinhos” na pele). Ex.: aveia, cevada e cogumelos.
- anti-inflamatórios: atuam na otimização da permeabilidade vascular. Ex: gengibre, frutas e hortaliças, peixes do mar(anchova, atum, sardinha, sementes de linhaça, chia, girassol e abóbora, castanhas em geral, especiarias e condimentos e romã.
- antioxidantes: têm importante ação no processo de destoxificação do organismo e nas defesas da pele, aspectos estes associados a lipodistrofia ginóide. Ex: castanhas em geral, hortaliças e frutas vermelhas (romã, mirtilo, amora, morango...), frutas cítricas, azeite extravirgem, chá verde, infusão de cavalinha, etc.
Por outro lado, há uma série de alimentos que participam significativamente na formação e piora da aparência da celulite, uma vez que estimulam a hipertrofia de células adiposas, na retenção hídrica, na deposição de glicosaminoglicanos, desestruturação do colágeno, maior intoxicação, resistência insulínica e maior estado inflamatório. Tão logo, orienta-se a reduzir o consumo de: produtos à base de açúcar e farinha brancos (panificação, confeitaria, biscoitos e guloseimas), refrigerantes e sucos industrializados, snacks, produtos instantâneos, carnes gordurosas, embutidos, sal em excesso e frituras.
Claro que aliado a alimentação, exercem funções benéficas a adesão das práticas esportivas para a redução de células de gordura, assim como a qualidade de sono, o que interfere no processo de renovação celular, além do cuidado ao se expor excessivamente ao Sol, um fator que
aumenta a flacidez cutânea, deixando mais visíveis os furinhos.
Diante da perspectiva de que é quase impossível se olhar no espelho e não enxergar a tal da celulite, bom é saber que há uma gama de tratamentos estéticos para minimizá-la. Porém, conhecer e adotar cuidados alimentares e sair do sedentarismo são medidas possíveis e baratas que farão toda a diferença na vaidade feminina e também em sua autoestima.